“O primeiro de maio é patrimônio da classe trabalhadora”, afirma João Paulo Rodrigues

João Paulo Rodrigues, da direção nacional do MST, reafirma a importância da efeméride como dia de luta e lembra outros pontos que se incorporam ao debate nacional.

 

Por Juliana Gonçalves
Do Brasil de Fato

 

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), junto com as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, se une às mobilizações do 1º de maio, Dia Nacional do Trabalhador e da Trabalhadora, celebrado nesta terça-feira.
 

Pela primeira vez desde a redemocratização do país, as sete maiores centrais sindicais brasileiras (CUT, Força Sindical, CTB, NCST, UGT, CSB e Intersindical) farão ato unificado na data, com o mote &”39;Em Defesa dos Direitos e por Lula Livre’. 
 

João Paulo Rodrigues, da direção nacional do MST, reafirma a importância da efeméride como dia de luta e lembra outros pontos que se incorporam ao debate nacional. “Este governo golpista continua ainda tentando fazer a reforma da previdência, é importante para barrarmos e, por fim, é a tentativa de privatização das estatais brasileiras, em especial da Eletrobrás, que vai dar um prejuízo significativo ao estado e ao conjunto dos trabalhadores com a desnacionalização de uma área como essa, não podemos aceitar”, afirma.
 

Somando ao ato nacional que ocorre em Curitiba, João Paulo ressalta a necessidade de outros atos tomarem o Brasil amanhã. “É importante que tenhamos outros primeiros de maio em outras capitais, cidades menores. O 1º de maio é patrimônio da classe trabalhadora, e tem que ser transformado em um primeiro de maio de luta”, pontua.
 

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Nalu Farias, da Marcha Mundial das Mulheres, acredita que a prisão de Lula marca um aprofundamento do golpe e início da criação de um estado de exceção. “O primeiro de maio é um dia de luta muito importante para o conjunto da classe trabalhadora, nós do movimento de mulheres sempre participamos, e este ano nosso centro é a luta pela reivindicação de &”39;Lula Livre&”39; porque temos a compreensão de que a prisão do Lula sem provas, um preso político, representa nesse momento aspectos emblemáticos do que é o golpe no Brasil”, explica a militante.
 

A prisão de Lula, que dialoga com a criminalização crescente dos movimentos populares, é o ponto de unidade que deve também ser explorado neste ato de Curitiba, segundo João Paulo. “Reafirmar a necessidade da unidade das centrais com os movimentos populares e partidos progressistas e a possibilidade desse primeiro de maio ser unificado numa cidade simbólica como Curitiba é muito importante não só para as centrais, mas para o conjunto dos movimentos populares que há mais de dois anos estão em luta contra o governo golpista”, conta.
 

Em Curitiba, a movimentação contará com a presença de artistas a partir das 14h na Praça Santos Andrade (Praça da Democracia). Às 16h, haverá o ato político com a presença dos presidentes das centrais sindicais, representantes dos movimentos populares e parlamentares.  O local fica a aproximadamente nove quilômetros da sede da Polícia Federal, onde Lula é mantido como preso político, desde o dia 7 de abril.
 

Na capital de São Paulo, a manifestação será na Praça da República, a partir do meio dia.