“A leitura desperta os sentidos da vida”, diz filha de assentados

Juliane Ribeiro conta como o hábito de ler se tornou seu fiel companheiro do dia a dia.

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Por Catiana de Medeiros
Da Página do MST

 

Para muitos, o gosto pela leitura começa muito cedo, ainda na infância. Mas para outros, por vários motivos, o hábito de ler inicia um pouco mais tarde. É o caso de Juliane Ribeiro, filha de assentados do MST no município de Tapes, localizado a 93 quilômetros de Porto Alegre, Capital do Rio Grande do Sul. Hoje, aos 27 anos, ela conta que sempre teve contato com livros, mas que o gosto real pela leitura surgiu quando cursava o Ensino Médio.

“É nessa fase que mais somos incentivados a ler, mas lembro que desde que ingressei na escola havia incentivo por parte de alguns educadores. No Jardim de Infância, a professora tinha uma dinâmica das crianças levarem livros para casa e a cada semana tínhamos que contar a história do livro. Ainda no Ensino Fundamental, outra professora nos levava toda a semana na biblioteca, tínhamos que retirar um livro, ler e entregar na semana seguinte. Mas a maioria dos professores que tive no Ensino Fundamental tratava a biblioteca como um espaço em que não se pode mexer, não pode bagunçar. Logo, mal entravámos lá ”, recorda.

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Ela diz que em casa, durante a infância, não tinha acesso a livros — somente aos que pegava na escola —, pois a sua família não tinha condições financeiras para comprar. Hoje a situação é outra, e ela já pode adquirir os seus próprios livros. Juliane ajuda a coordenar o setor de Educação do Movimento Sem Terra gaúcho. O contato com as escolas de assentamentos da Reforma Agrária é constante e, por meio do seu trabalho, motiva outras crianças a adquirirem o gosto de ler. Para ela, a leitura, seja de artigos, livros ou reportagens, se tornou uma companhia fiel de todos os dias. “Como ando mais com a mochila nas costas do que em casa, aprendi a sempre ter um livro comigo, assim enquanto viajo aproveito para ler”, explica.

Juliane afirma que os seus livros preferidos são os de literatura, os que tratam de história e romances, e que adquiriu o hábito de ler mais de um ao mesmo tempo. Dos nomes recebidos mensalmente pela Expressão Popular, da qual é assinante do Clube do Livro, está lendo no momento “Vietnã, a guerrilha vista por dentro”. “Tive que parar com a leitura desse livro para dar conta de um outro, de tirar o fôlego, “Eu fui a espiã que amou o comandante” (que não é do clube), mas por hora retorno com o Vietnã”, diz.

Clube do Livro

Segundo Juliane, “a leitura desperta os sentidos da vida, porque propicia conhecimento, novos olhares, interpretações e descobertas”. É por isso que diz aprender muito quando lê. Para fortalecer ainda mais o hábito, há um ano ela se tornou assinante do Clube do Livro, na modalidade “Militante”, da Expressão Popular. Coincidentemente, a iniciativa completa 1 ano de existência nesse mês de junho.

“Sou assinante desde que voltei de um seminário sobre pedagogia socialista. Vale muito a pena, porque além de você estar adquirindo ótimas obras, tratando de diversos temas, também está contribuindo com a editora Expressão Popular. Tu recebe todos os meses novos livros em casa, com muito conteúdo, por um precinho bem camarada”, conta.

A Expressão Popular surgiu em 1999, com o intuito de construir um novo mundo a partir da edição de livros críticos e de fazê-los circular a preço acessível. O objetivo era atingir a classe trabalhadora e romper com a tradição da cultura letrada ser um privilégio de classe no Brasil.

Assim, trabalha com títulos em diversas áreas, entre elas política, sociologia, literatura, agroecologia, economia, direito, geografia e história. Muitos trazem formulações e elaborações que impulsionam as lutas sociais. Os clássicos marxistas, por exemplo, apontam a revolução como caminho.

Ao fazer parte do “Clube do Livro’, o sócio paga uma contribuição mensal fixa ao longo do ano, seja por meio de cartão de crédito ou por boleto, e recebe em casa, a cada mês, um ou mais títulos de acordo com o plano escolhido. O Leitor Militante paga R$ 35 e recebe o livro do mês.

O Leitor Solidário desembolsa R$ 60 e tem o livro do mês e mais um título do catálogo à sua escolha da lista de disponíveis. Já por R$ 100, o Leitor Apoiador recebe o livro do mês e mais um título da lista de disponíveis, apoia os lançamentos futuros da editora e desfruta de promoções exclusivas.

Saiba como se tornar membro do Clube do Livro (clique aqui).

 

 

*Editado por Rafael Soriano