Cartas para Lula marcam o início da Caravana Sem Terra em Alagoas

Camponeses e camponesas de todo o estado de Alagoas iniciam Caravana Sem Terra em defesa de Lula e da Democracia com grande mutirão de cartas ao ex-presidente Lula

 

Por Gustavo Marinho
Da Página do MST

A preparação para a Caravana Sem Terra em defesa de Lula e da Democracia que percorrerá todas as áreas de acampamento e assentamento da Reforma Agrária organizadas pelo MST em Alagoas já movimenta diversos camponeses e camponesas em todas as regiões do estado.

Antes das diversas atividades que devem acontecer em todas as áreas, os Sem Terra preparam uma série de cartas ao ex-presidente Lula onde, com muita emoção, falam da vida, das dificuldades e da esperança em tê-lo de volta ao cargo de presidente no ano de 2018.

 

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Divulgação MST 

As cartas construídas em um grande mutirão nos assentamentos e acampamentos devem ser encaminhadas ao ex-presidente no final da Caravana, prevista para o mês de setembro, durante a 19ª Feira da Reforma Agrária organizada pelo MST na capital Maceió.

“Pretendemos encaminhar centenas de cartas com o sentimento e a energia do povo Sem Terra de Alagoas para o Lula”, destacou José Neto, da direção nacional do MST. “As cartas devem levar ao nosso presidente Lula um pouco da nossa força e resistência para que ela também seja uma parte do combustível para que ele siga firme e em luta”.

Uma das cartas da Caravana, escrita pela jovem Sem Terra Aline Oliveira, do assentamento Lameirão, no Alto Sertão de Alagoas, no município de Delmiro Gouveia, relata o passo a passo que desde criança ouvia falar de Lula no processo de luta e conquista da terra pela sua família, que deu origem a um dos primeiros assentamentos do estado de Alagoas.

“Desde criança escuto meus vizinhos e meu pai falarem da sua trajetória de luta e vida política”, relata um trecho da carta. “Depois dos resultados das eleições foi muita euforia no assentamento e, a partir de então, começaram as transformações”.

“O Bolsa Família (…), o PAA… Desde então comecei a entender quem era esse homem que teve a capacidade de modificar o cotidiano do nosso assentamento” continua a carta. “Em 2013, por meio da política de interiorização das Universidades e Institutos Federais, ingressei em um curso superior, sendo filha de trabalhadores Sem Terra, motivo de muito orgulho para minha família”.

 

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Divulgação MST 

A carta de Aline finaliza com a esperança e força do povo sertanejo: “O senhor faz parte da nossa história e dos nossos sonhos. (…) Apesar de todas as adversidades, continuamos acreditando, sonhando e lutando, pois vamos em breve, gozar de dias melhores”.

E não tem idade para colocar no papel a mensagem de esperança para o ex-presidente. O Sem Terrinha Pedro Nauã, de 10 anos, vive no assentamento Fidel Castro, na Zona da Mata de Alagoas e também deixou sua carta para a Caravana. Nela, Pedro escreve que deseja ver Lula livre e afirma que “tomara que o senhor seja solto e participe das eleições, o voto da minha família é todo seu!”, escreveu o Sem Terrinha.

As cartas têm motivado diversos Sem Terra a escreverem um pouco de sua história e de como em algum momento ela se cruza com a história do presidente Lula e a luta por um Brasil justo.

Até o final da Caravana as cartas dos Sem Terra de Alagoas continuam a ser escritas pelas mãos de homens, mulheres, jovens e crianças que constroem hoje a esperança de um novo momento para o país pelos quatro cantos do estado.