Entidades visitam acampamento Marielle Franco, no Maranhão

Acampamento completa um mês de resistência e recebe apoiadores.
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Divulgação MST 

 

Por Raynaldo Costa
Da Página do MST

 

Entidades e movimentes sindicais visitam e se solidarizam com o acampamento Marielle Franco, em Itinga no Maranhão. A comunidade está há um mês ameaçada de despejo e sofre perseguição e ameaças de milícias da região.

Ao completar 30 dias de resistência na última segunda-feira (9), o acampamento Marille Franco recebeu uma forte demonstração de solidariedade e respeito, um grupo de entidades, movimentos sociais e sindicais visitaram o acampamento e fortaleceram a resistência das famílias Sem Terra.

As entidades Associação dos Moradores do Povoado Piquiá de Baixo, Paróquia Santa Luzia, Sindicato dos Urbanitários de Açailândia, Centro de Ensinos Superior do Município de Bacabal, Coletivo de Intervenção Social do Município de Grajaú, Centro de Defesa dos Direitos Humanos Carmem Bascarán e Centro Comunitário Frei Titto foram a público demonstrar o apoio e solidariedade com as famílias Sem Terras acampadas no Marielle Franco. A visita faz parte de uma articulação estadual de diversas ongs que abriram uma campanha de defesa do acampamento.
 

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As organizações estão arrecadando roupas, medicamentos, ferramentas e, principalmente, alimentos para os trabalhadores, que estão em situação precária.

Os representantes das entidades presentes puderam conhecer a realidade do povo Sem Terra em situação de acampamento. “Foi um momento de troca de experiências com os trabalhadores rurais e principalmente de aprendizado para nós educadores”, ressalta o professor Milton Teixeira, que representava o Centro de Defesa dos Direitos Humanos Carmem Bascarán, do Maranhão.

Nos dias 29 e 30 de junho o Acampamento Marielle ficou por mais de 20 horas sobre o cerco de um grupo de segurança privada encapuzado e portando armas de fogo. As famílias foram humilhadas e sofreram pressões psicológicas, mas resistiram.

Para Arlane Lima, do Sindicado dos Urbanitários, o aumento da violência no campo é visível. Ele fala da importância da unidade de classe: “Precisamos fortalecer a unidade entre campo e cidade e desarmar este cerco sobre os trabalhadores que ameças direitos, conquistas e garantias sociais”.

Durante a estadia, os visitantes dialogaram com os trabalhadores através de reuniões e com visitas aos barracos das famílias. Trocaram informações acerca das diversas realidades que passa cada movimento.

A atividade terminou com um culto ecumênico celebrado por um padre católico e por um pastor da Assembleia de Deus. Na benção de ambos foi evocado o evangelho que aponta a terra como um meio de libertação do ser humano e que a luta pela terra é uma luta pelo bem.

As entidades construirão uma carta pública comunicando a toda a sociedade os relatos dos trabalhadores sobre as situações de ameaças que os mesmos estão vivendo.

 

 

*Editado por Rafael Soriano