Brincar, sorrir e lutar: Sem Terrinha iniciam Encontro Nacional em Brasília
Da Página do MST
1200 crianças dos acampamentos e assentamentos do MST em todo o país iniciaram o 1º Encontro Nacional das Crianças Sem Terrinha nesta segunda-feira (23), em Brasília.
Com muita animação, mística, músicas e brincadeiras, os Sem Terrinha receberam parceiros, movimentos e diversas autoridades durante o ato de abertura do Encontro.
“É uma alegria imensa para o MST realizar esse Encontro, ele é a realização de um processo histórico do nosso Movimento”, disse Márcia Ramos, do Setor de Educação do MST. “Para cada um e cada uma chegar até aqui, foram uma série de atividades realizadas nos estados, nas regiões, nos assentamentos e acampamentos”.
“Estar aqui hoje representa um momento muito importante para a organização das crianças Sem Terra, que historicamente ajudam na construção do MST e da luta pela terra. Sem as crianças o MST não seria o MST”, reforçou Ramos.
Com a mística de abertura do ato apresentando a história do MST e da presença das crianças ao longo dos 34 anos de vida do Movimento, os Sem Terrinha trouxeram muita energia para a plenária que contagiou todos no Parque da Cidade, local onde ocorre o Encontro.
“Para nós é muito importante poder participar desse momento, principalmente em poder somar forças na luta, na proteção e na garantia dos direitos das crianças, um dos temas do Encontro”, destacou Antônio Carlos Carvalho, Secretário de Estado para Políticas das Crianças, Adolescente e Juventude do Distrito Federal.
Participaram também do ato representantes da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Aldeias Infantis, diversos partidos políticos, além da presença do Movimento Campesino de Santiago Del Estero (MOCASE), da Argentina.
De acordo com a Deputada Federal pelo Partido dos Trabalhadores, Erika Kokay, o Encontro Sem Terrinha renova as energias e as esperanças na construção de uma nova sociedade. “Vocês aqui mostram para aqueles que estão instalados no Palácio do Planalto e que são frutos do golpe, o que, de fato, é ser livre”, comentou a deputada. “Lutar pelo Brasil é fazer com que as nossas crianças possam ser cuidadas e se coloquem em movimento”.
O ato marcou o início do Encontro que segue com uma variedade de atividades com as crianças Sem Terrinha até a próxima quinta-feira (26), onde com brincadeiras, jogos, estudo e muita coletividade as crianças devem debater uma diversidade de temas, como os direitos das crianças e adolescentes, a produção de alimentos saudáveis, a luta pela Reforma Agrária Popular e a própria organização das crianças nos assentamentos e acampamentos em todo o Brasil.
Sem Terrinha em movimento
A Sem Terrinha Sara Carvalho, do Espírito Santo, reforçou a importância da realização do Encontro em Brasília, “estou muito feliz por estar aqui e poder lutar por nossos direitos, mas também brincar e conhecer outros colegas do Brasil inteiro e poder ver como somos fortes juntos”.
“Os Sem Terrinha se colocam a favor da vida, da construção de uma sociedade que possamos ter terra, moradia e todos os direitos sejam garantidos”, explicou Sara. “Nascemos nos acampamentos e assentamentos e lá aprendemos a viver coletivamente, a repartir o alimento e coletivamente nos fortalecer. Nós, Sem Terrinha, somos frutos dessa luta e continuadores dela”.
Entre a programação do Encontro uma série de oficinas provocam as crianças do MST à produção em suas diversas linguagens: literária, o cinema, o teatro, a pintura… São diversas as possibilidades dos Sem Terrinha expressarem seus anseios e sonhos para o presente e para o futuro.
De acordo com Márcia Ramos, o Encontro Sem Terrinha “pretende também socializar a arte, a cultura, o estudo, a luta e a coletividade, como pilares importantes na construção da Reforma Agrária Popular. É também o momento da gente discutir o futuro de um mundo melhor, desenhando e pintando com as nossas mãos os sonhos que nós queremos para todo o mundo”, comentou.
O Encontro vai até quinta-feira (26), e conta com a participação das crianças dos 23 estados e o Distrito Federal, onde o MST está organizado.
*Editado por Iris Pacheco