Marcha Nacional Lula Livre reúne movimentos sociais de todo o país em Brasília
Da Página do MST
Após quatro dia e mais de 50 quilômetros de caminhada, os mais de 5 mil trabalhadores e trabalhadoras rurais integrantes da três colunas da Marcha Nacional Lula Livre se unificaram para dar continuidade no processo de marchar pelo Brasil.
O tão aguardado encontro das colunas, que marchavam de diferentes locais próximos a Brasília, marcou a luta pelo povo. As Coluna Tereza de Benguela (Amazônia e centro-oeste) e Coluna Ligas Camponesas (Nordeste) se encontraram primeiro. Após alguns minutos, a coluna Carlos Prestes se juntou ao mar vermelho, em um momento histórico para o MST e para a trajetória de luta do povo brasileiro.
O encontro foi de muita emoção e os marchantes realizaram um &”39;abraçaço&”39; entre todas as regiões do Brasil. Foi uma demonstração do que pode ser a força e a ousadia dos camponeses Sem Terra, estes dão o tom das lutas neste período tão conturbado no Brasil. Neste contexto tão importante da conjuntura no Brasil, o MST demarca o seu papel como instrumento político.
Maria Raimunda, do MST no Pará, emocionada com a beleza da Coluna em marcha, disse que esse processo de luta é o que dá força à classe. “Nossas fileiras são feitas de histórias, de sujeitos e de muita luta, pautada principalmente na construção de um país diferente, mais humano, igualitário e soberano”, pontua.
Jaime Amorim, integrante do MST e um dos sete militante que fazem greve de fome há 15 dias, mandou um recado para a Marcha reforçando que os grevistas estão firmes na decisão de manter o jejum, mesmo com a chegada da marcha. Para Amorim, a greve representa a luta contra a fome que hoje já aflige uma grande parcela da população brasileira.
João Paulo Rodrigues, da coordenação nacional do MST, marchou com a Coluna Prestes, que caminhou por 15km dos arredores de Brasília até o centro da capital. O dirigente afirmou que a marcha é histórica e significativa para os movimentos populares, assim como para todos que acreditam na inocência do ex-presidente Lula.
“Viemos trazer a representação do povo brasileiro, dizer que Lula é inocente e que será presidente!”, reforçou João Paulo. “As grandes regiões do país que se dividiram na marcha vão se encontrar, se preparar, para amanhã fazer o registro da candidatura do Lula no TSE. É importante que o povo brasileiro se mobilize, que ocupe as redes, a internet, mas que principalmente ocupe as ruas”, completou.
Diversos candidatos estiveram presente na Marcha hoje, demonstrando seu apoio ao grande movimento em defesa da democracia brasileira que hoje avermelha as ruas da capital nacional.
Amanhã (15), é dia de protocolar a candidatura do Lula e o MST segue em luta com a força dos 5 mil que marcharam ao longo dos últimos 4 dias e com o apoio de outros milhares que se somarão ao ato em Brasília.
Soberania Popular
O tema Soberania Popular obteve destaque durante todo trajeto e no trio elétrico de hoje, que animava a marcha, discursos reafirmavam que a luta popular é o único instrumento de organização capaz de construir mudanças entorno da construção de um Brasil mais justo e igualitário. O debate da soberania é entendido como base da luta para retomar a democracia no país, construir a Reforma Agrária e defender as conquistas da classe trabalhadora.