“Os sete grevistas estão cada vez mais debilitados”, alertam os médicos

Entre os grevistas há os que já perderam 10 kg nestes 19 dias sem se alimentar
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Grevistas passam a usar camas hospitalares para repouso e cadeiras de rodas nos deslocamentos. Foto: Adilvani Spezia

 

Por Adilvane Spezia*
Da Página do MST

 

No 19º dia de Greve de Fome por Justiça no STF, os sete grevistas – Frei Sérgio Görgen e Rafaela Alves (do Movimento dos Pequenos Agricultores – MPA), Luiz Gonzaga, o Gegê (da Central dos Movimentos Populares – CMP), Jaime Amorim, Zonália Santos e Vilmar Pacífico (do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST), Leonardo Soares (do Levante Popular da Juventude) – se encontram com a saúde bastante fragilizada e passam a fazer uso de camas hospitalares para seu repouso e de cadeiras de rodas nos deslocamentos.

Entre os grevistas há os que já perderam 10 kg nestes 19 dias sem se alimentar. A glicemia, que é o açúcar no sangue tem tido alterações constante, assim como tem sido frequente quedas da pressão arterial e da temperatura corporal, fatores que tem deixado a equipe de saúde da Greve de Fome em alerta permanente. 

“Os sete grevistas estão cada vez mais debilitados, vulneráveis a qualquer tipo de infecção viral ou bacteriana, pois a imunidade em todos eles está bastante baixa”, explica a médica de Família e Comunidade, Maria da Paz Feitosa Sousa, que integra a equipe de saúde. “Devido a estas fragilidades é que os manifestantes passam a fazer uso das cadeiras de rodas e das camas hospitalares”, completa.  

“As dores musculares tem aumentado de forma constante e aqui, é preciso lembrar que o coração, estomago e intestinos também são considerados músculos. Ontem mesmo, todo os grevistas receberam cuidados como a acupuntura, por conta destas dores”, relata o Dr. Ronald Wolff, também integrante da equipe que acompanha os grevistas. 

“Conseguimos reverter a questão da pressão e a partir de agora, a imunidade ficará mais baixa, então aumenta o risco de infecções. Por esta questão estamos restringindo ainda mais o contato físico com muitas pessoas”, destaca a profissional. 

Ele diz ainda que a fadiga, cansaço, cefaleia e a perda de peso continuam aumentando. “Todos já apresentam quadros de hipotensão que é a diminuição da pressão arterial, e alguns, começam a apresentar sintomas de hipotermia, ou seja, começamos a senti-los mais frios, isso é um forte sinal dos 19 dias sem se alimentar”, alerta o médico que está acompanhando a quarta greve de fome em sua carreira profissional. 

A equipe saúde da Greve de Fome por Justiça no STF é composta por profissionais da Rede de Médicos e Médicas Populares, fitoterapeutas, psicólogos, massagistas, massoterapeutas, acupunturistas, fisioterapeutas e reikianos. Todos acompanham os sete grevistas de forma voluntária. 

 

*Adilvane é militante do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e da Rede Soberania
**Editado por Wesley Lima