Grevista de fome passa mal durante ato inter-religioso em frente ao STF

Movimentos e organizações populares apontam o STF como culpado pelo ocorrido
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A grevista foi atendida pela equipe médica que acompanha a greve e, logo em seguida, pelo SAMU. 

 

Da Página do MST*
Fotos: Adilvane Spezia/MPA e Rede Soberania

 

Durante ato inter-religioso, realizado nesta última terça-feira (21), Zonalia Santos, uma das sete grevistas de fome por justiça no Supremo Tribunal Federal (STF), passou mal. A grevista apresentou uma hipotensão postural acentuada e foi acometida por uma síncope, perdendo os sentidos, explica Ronald Wolff, médico popular que acompanha os grevistas. 

Zonalia foi atendida, num primeiro momento, pela equipe médica que acompanha a greve e, logo em seguida, pelos paramédicos do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU).

Segundo Wolff, os primeiros socorros prestados pela equipe médica da greve ajudou que a Zonalia retomasse os sentidos até que chegasse a ambulância. “Quando o SAMU chegou, ela [a grevista] já havia acordado. Conseguimos pegar um acesso venoso, colocar soro e ela reagiu relativamente bem, então foi conduzida de ambulância para o hospital”.

Após receber atendimento médico no Hospital Regional Asa Norte, Zonalia retornou ao Centro Cultural de Brasil, onde permanece em repouso e segue sob observação da equipe de Saúde da Greve de Fome.

Os movimentos e organizações populares apontam o STF como culpado pelo ocorrido, pois negligencia a greve e não recebe os manifestantes para dialogar entorno da pauta de reivindicação, desabafou Maria Kazé, do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA). 

Para ela, os ministros que representam o terceiro poder do país, têm negado constantemente a sua obrigação de guardar, respeitar e defender a Constituição Federal. 

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Os grevistas são acompanhados diariamente por
médicos populares.

Até o momento o único ministro que recebeu pessoalmente os grevistas foi Ricardo Lewandowski, já Cármen Lúcia conversou apenas um dos sete, prometendo que atenderia o grupo, sem efetivar a agenda até o momento. Kazé afirma que a recusa de debater com os grevistas é um desrespeito político com os trabalhadores brasileiros.

Saúde debilitada

Nesta quarta-feira (22), a Greve de Fome por Justiça no STF completa 23 dias de luta. As últimas avaliações médicos apontam que os grevistas estão com a saúde debilitada. De acordo com a médica, especialista em Medicina de Família e Comunidade, Maria da Paz, da Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares, a preocupação é redobrada com os grevistas, pois o estado é considerado crítico e de alto risco. 

“Os grevistas encontram-se vulneráveis às infecções, gerado pela imunidade baixa. Para aliviar as dores musculares, que estão cada dia mais intensas, os grevistas têm acesso à massagem, acupuntura e reiki”, pontua a especialista. Outro diagnóstico apresentado, a partir dos dias da greve de fome, são as alterações de pressão. Maria da Paz explica que esse quadro deixa os grevistas mais sonolentos.

 

*Com informações da comunicação da Greve de Fome
**Editado por Wesley Lima