Região metropolitana produz alimentos saudáveis para Festival da Reforma Agrária de Minas Gerais

Conheça a história dos acampamentos que transformaram propriedades improdutivas em alimentos saudáveis
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Feira com produtos do acampamento Patria Livre, em Minas Gerais. Foto: Agatha Azevedo

 

Por Agatha Azevedo e Gean Gomes
Da Página do MST

No dia 02 de julho de 1999 o MST realizava a primeira ocupação na região Metropolitana de Minas Gerais, no município de Betim. A região, que tem uma vasta produção de hortaliças agroecológicas, frutas, mandioca, milho, galinha caipira, entre outros, completa ainda este ano 19 anos de existência, se consolidando como uma área de produção da agricultura familiar e da reforma agrária no entorno de Belo Horizonte.

Com cinco assentamentos e três acampamentos, a regional segue crescendo. Nos últimos anos, o foco do MST na região foram as fazendas do corrupto Eike Batista, que explora a mineração no estado de Minas Gerais e tem latifúndios improdutivos. As três áreas de acampamento da regional são o Maria da Conceição, localizado em Itatiaiuçu, o Pátria Livre e o Zequinha, localizados em São Joaquim de Bicas, e juntam somam mil famílias residentes.

Na produção das famílias que vivem no acampamento Maria da Conceição, destaca-se a participação das mulheres, que levam com orgulho este nome em homenagem a uma lutadora, que além de construir o MST, ajudou no trabalho de base para as famílias ocuparem o local. 

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Horta das famílias do acampamento Zequinha.
Foto: Agatha Azevedo

Conceição veio a falecer semanas antes da ocupação da fazenda Monte Alvão, no dia 8 de março de 2017, e hoje o local leva o seu nome. Com uma escola a ser inaugurada em 2019 e alta produção coletiva, o acampamento já participou de três feiras nacionais e estaduais e, além de comida boa, também levará artesanatos para o 2º Festival de Arte e Cultura da Reforma Agrária de Minas Gerais, que acontece entre os dias 14 e 16/12, no Parque Municipal de Belo Horizonte.

O acampamento Pátria Livre irá levar temperos feitos com a produção das hortas. O acampamento já participou da Feira Nacional do MST em São Paulo e da Feira Cícero Guedes, no Rio de Janeiro. Nessas duas experiências, segundo o setor de produção do acampamento, enriqueceram bastante o coletivo local. As famílias vivem e produzem na região, que foi ocupada em 2017 na Jornada de Lutas Reforma Agrária nas terras dos corruptos.

Já o acampamento Zequinha, um dos mais recentes do Movimento, foi ocupado na Jornada dos 30 anos do MST em Minas Gerais. Seu nome é uma homenagem ao companheiro José Nunes, que veio a falecer no dia 22 de junho, uma semana antes da ocupação. Com pouco tempo, as famílias do local já têm grande pertença ao Movimento e produzem doces e hortaliças. Diversas conservas de doce de mamão e outros produtos são preparados para o Festival pelo acampamento.

Mais de dez tipos de produtos vem de toda região, entre eles hortaliças, legumes, frutas, doces, artesanatos e queijo. A região metropolitana também contribuirá na Cozinha da Roça, auxiliando no preparo dos pratos com o tempero mineiro e camponês.

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Produção no acampamento Maria da Conceição. Foto: Agatha Azevedo

*Editado por Wesley Lima.