Chega de impunidade corporativa! Quanto vale a vida?

Da página do MST
Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

(Harare, 28 de janeiro de 218) Na última sexta-feira, 25 de janeiro de 2019, testemunhamos um grande crime ambiental e social causado por uma das maiores empresas de mineração do mundo. A barragem de Córrego do Feijão, da Vale S.A., se rompeu, despejando mais de 14 milhões de m³ de resíduos de minério na região de Brumadinho, em Minas Gerais. Até a data, registaram-se 65 vítimas mortais e mais de 288 desaparecidos.

A Via Campesina Internacional se solidariza com as famílias atingidas e expressa seu pleno apoio à luta organizada dos movimentos sociais, neste triste momento da história brasileira. 

Apelamos à organização das famílias afetadas para que garantam seus direitos e ponham fim à impunidade das corporações, que violam direitos e ameaçam a vida da humanidade e dos bens comuns. Afirmamos a urgência de que as vítimas sejam ouvidas para constituir todo o processo de reparação.

Por décadas, como na Via Campesina, denunciamos a impunidade corporativa global e suas ações nos territórios. Em 2015, a Vale também foi responsável pela destruição de toda a bacia do Rio Doce e beira dos rios, fato que permaneceu em total impunidade. E demonstrou a falta de ação dos Estados em seu dever de proteger o povo. Esta tragédia, além disso, representa um sistema de destruição e exploração dos seres humanos e do meio ambiente, da diversidade biológica, que monopoliza terras férteis, em nome do capitalismo selvagem. Os camponeses da Via Campesina continuam denunciando as consequências desse modelo de exploração e morte.

Esperamos que o governo brasileiro dê atenção adequada às vítimas e responsabilize a empresa e seus diretores por este grave crime. 

Convocamos a sociedade brasileira a apoiar a luta dos movimentos populares organizados para que eventos como Mariana e Brumadinho não se repitam na história.
 

Globalizemos a luta, Globalizemos a esperança!
La Via Campesina