Ato em apoio ao povo venezuelano mobiliza capital gaúcha

Evento foi promovido pelo Comitê Gaúcho de Solidariedade à Venezuela
Participantes aprovaram manifesto em defesa do povo venezuelano. Foto Maiara Rauber.jpeg
Participantes aprovaram manifesto em defesa do povo venezuelano
Fotos: Maiara Rauber

 

Da Página do MST 

 

A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul foi palco, nessa terça-feira (5), de um ato em defesa da autodeterminação do povo venezuelano, contra a guerra e em defesa da paz naquele país. O evento, que reuniu mais de 150 pessoas, foi promovido pelo Comitê Gaúcho de Solidariedade à Venezuela, composto por diversos partidos políticos e entidades, como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

Na ocasião, Danieli Cazarotto, dirigente estadual do MST, afirmou que o ataque contra a Venezuela é motivado por interesses norte-americano sobre os recursos naturais do país, e também pela tentativa de acabar com a esquerda e seus processos revolucionários. “Fizeram isso por anos com Cuba, e hoje colocam forças sobre a Venezuela”, ressaltou.

A atividade teve a apresentação do Grupo Unamerica e uma palestra de Ricardo Leães, professor de Assuntos Internacionais da Universidade Federal do Pampa (Unipampa), sobre a situação da Venezuela e os interesses em jogo. Ao final, foi divulgado um manifesto assinado por todos os participantes do evento. Confira abaixo.

Ato repudiou a guerra e defendeu a paz na Venezuela. Foto Maiara Rauber.jpeg
Ato repudiou a guerra e defendeu a paz na Venezuela

Pela Paz, Contra a Guerra, pela Autodeterminação do Povo Venezuelano

 

Os povos de todo o mundo assistem indignados as ações dos Estados Unidos e seus aliados – OTAN, OEA e Pacto de Lima contra o povo da Venezuela.  Desrespeitando a ONU e todo o Direito Internacional realizam uma escalada diplomática, econômica, midiática e militar contra aquele país Sul-americano. Interferem em seus assuntos internos, instigam a guerra civil e ameaçam até uma intervenção militar. Derrubando o preço internacional do petróleo impuseram uma guerra econômica roubando bilhões de dólares de suas reservas internacionais retendo os pagamentos de suas vendas de petróleo. Bloquearam suas operações financeira e o fornecimento de produtos essenciais, inclusive alimentos e medicamentos. Mergulharam o País em uma grave crise sacrificando o seu povo e acusando o governo venezuelano de ser o responsável.

Está claro: o que move esta agressão é unicamente o interesse em controlar as maiores reservas petrolíferas do planeta localizadas naquele País, o aspecto humanitário é apenas desculpa. A questão se agrava com o apoio da China e da Rússia à Venezuela e a advertência feita aos EUA para cessarem a intervenção, deixando clara a possibilidade de uma guerra de grandes proporções, trazendo o caos ao nosso continente.

O atual governo brasileiro, servil aos EUA e sua política agressiva, endossou essas ações arriscando envolver nosso país num conflito internacional. A Constituição do Brasil determina em seu artigo 4º o respeito a “autodeterminação dos povos”, a “não intervenção”, a “defesa da paz” e a “solução pacífica dos conflitos”, justamente o contrário do que está acontecendo.

A legitimidade do atual governo venezuelano é baseada em processos eleitorais. As últimas eleições foram antecipadas para 20 de maio de 2018 a pedido da oposição. Dela participaram 16 dos 19 partidos daquele País. Inscreveram-se seis candidatos, sendo que dois deles desistiram durante o processo eleitoral. Nicolás Maduro obteve 67,84% e os outros 20,93% ,10,82% e 0,39% do total de votos. Acompanharam as eleições 150 observadores internacionais entre eles 14 comissões eleitorais de oito países, duas missões técnicas e 18 jornalistas de diferentes países. Todos atestaram a correção do pleito

Desde 2013, Maduro fez 338 chamados ao diálogo e à paz e somente em 2017 fez 269 convites visando estabelecer um acordo mínimo de convivência. No início de 2018, na República Dominicana, tendo como mediador o ex-presidente espanhol José Zapatero, foi realizado um encontro buscando uma saída para a crise. Já disse estar disposto participar de um encontro em Montevidéu considerado uma “boa iniciativa” de um grupo de contato internacional integrado por países da União Europeia, do México e Uruguai que iniciará no próximo dia, 7 de fevereiro.

Agora os EUA e seus aliados, desrespeitando à autodeterminação do povo venezuelano, reconheceram um fantoche que se autoproclamou “presidente” do país. Não podemos aceitar que os EUA e seus aliados imponham aos outros países governantes de seu interesse em desrespeito a todas as normas do Direito Internacional.

Por isso, em ato realizado em 5 de fevereiro de 2019, na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, Brasil, com a participação de diversos partidos, personalidades politicas, movimentos sociais entidades sindicais e estudantis aprovamos este Manifesto PELA PAZ, CONTRA GUERRA E PELA AUTODETERMINAÇÃO DO POVO VENEZUELANOS.

Comitê Gaúcho em Solidariedade ao Povo Venezuelano

 

Confira abaixo as transmissões ao vivo do evento:

Parte 1
Parte 2