Manifestações por justiça a Marielle tomam as ruas de todo o Brasil

Em Minas, mulheres do MST e do MAM prestaram homenagem à vereadora e denunciaram os crimes da mineração; confira outras manifestações pelo país
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Amanhecer por Marielle no Rio de Janeiro. Foto: Pablo Vergara

Da Página do MST*

Após um ano da execução da vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Pedro Gomes, muitas cidades realizaram homenagens em memória ao legado da vereadora. Movimentos populares, organizações sociais e parlamentares cobram uma posição: quem mandou matar Marielle?

Indícios apontam que assassinos de Marielle e Anderson estão ligados a milícias do Rio de Janeiro e, mesmo com a prisão de dois suspeitos na última terça-feira (12), ainda não foram divulgadas explicações concretas sobre a motivação do crime.

Diante disso, as mulheres Sem Terra realizam até o final do mês de março, mais uma Jornada Nacional de Luta pelas Mulheres, cujo lema consiste em uma homenagem a vereadora: “Pela vida das mulheres, somos todas Marielle!”.
 

Rio de Janeiro 

Manifestantes cobriram calçadas e paredes com imagens e flores em três principais pontos da cidade: no local do crime, no centro do Rio; nas escadarias da Câmara dos Vereadores e no Complexo da Maré. Os Arcos da Lapa também amanheceram com uma faixa em memória à vereadora, enquanto a igreja da Candelária realizou uma missa em sua memória.

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Missa na Candelaria. Foto: Pablo Vergara

Minas Gerais 

Cerca de 400 mulheres do MST e do MAM (Movimento Pela Soberania Popular na Mineração) pararam o trem que transporta  minério de ferro próximo a Sarzedo, cidade vizinha à Brumadinho.

Para dispersar a manifestação a polícia usou de violência atirando balas de borracha e bombas de gás lacrimogênio.

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Ato de mulheres do MST e MAM em Minas Gerais. Foto: Geanini Hackbardt

São Paulo 

O dia amanheceu com a reunião de parte das 1.100 famílias do acampamento ‘Marielle Vive!’, em Valinhos (confira a reportagem completa aqui). Mulheres do campo popular, MST, MAM, Levante Popular da Juventude e Consulta Popular realizaram uma intervenção política com poesia e rebeldia à noite, no ato na Av. Paulista em memória a um ano do brutal assassinato de Marielle Franco.

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Ato político na Avenida Paulista, em São Paulo. Foto: Guilherme Gandolfi

Paraná 

Integrantes do MST desenvolveram no hemocentro do Hospital Universitário de Londrina uma campanha de doação de sangue como forma de protesto. Em Curitiba, camponeses do MST e militantes do Congresso do Povo realizaram limpeza e revitalização de horta em uma creche e ações dem várias comunidades da cidade, incluindo a inauguração do bosque Marielle Vive.

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Bosque Marielle Vive, em Curitiba – PR.

Bahia

Na cidade de Itaberaba, 250 mulheres de todas as regiões da Chapada Diamantina caminharam  pelas ruas do centro com faixas e cartazes; Juazeiro da Bahia também contou com cerca de 250 mulheres nas ruas reivindicando o direito pela vida das mulheres e lembraram de Marielle; em Eunápolis, no extremo sul da Bahia, Mulheres Sem Terra marcharam pelo centro da cidade demandando justiça; em Itabuna, 100 mulheres de diversos movimentos e organizações populares ocuparam as ruas da cidade pela memória de Marielle Franco e em denuncia a violência contra mulher. No ano passado a cidade foi considerada a segunda cidade mais perigosa para as mulheres baianas.

Maranhão

A Universidade Estadual do Sul do Maranhão (UEMASUL) sediou uma plenária articulada pelo Fórum de Mulheres homenagem a Marielle, na cidade Imperatriz, segunda maior cidade do estado.

Alagoas 

Houveram manifestações em memória a Marielle em Alagoas na cidade de Delmiro Gouveia, no sertão do estado e no acampamento Dandara, na capital Maceió.

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Acampamento Dandara, em Maceió, capital do Alagoas. Foto: Josian Paulino

O exemplo de luta de Marielle serviu de inspiração não só para relembrar seus projetos de um país melhor, mas também abriu precedentes para a discussão de demandas atuais.

Em muitas destas manifestações foram levantadas outras pautas que afetam as mulheres em todo o país, principalmente as negras e periféricas, como o desmonte da Previdência, o feminicídio no Brasil e os retrocessos do governo Bolsonaro.

Brasília

No Distrito Federal, parlamentares do PSOL organizaram um ato na Câmara dos Deputados em conjunto com deputados de partidos como PT, PCdoB e PSB. Todos ressaltaram a importância da ação pelo fim da impunidade deste crime, além de destacar a conjuntura atual e debater sobre o futuro do campo democrático-popular.

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Itabuna (BA)

 

 

*Esse balanço é preliminar e será atualizado de acordo com a chegada de informações. 

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