Jornada de Lutas no Rio de Janeiro ocupa sede do Incra no estado

Ocupação aconteceu agora na parte da manhã; atos devem continuar à tarde na Central do Brasil

 

 

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Dia Internacional da Luta Camponesa pela Reforma Agrária no Rio de Janeiro.
Foto: Pablo Vergara

Por Coletivo de Comunicação MST no Rio de Janeiro
Da Página do MST

O Movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem Terra no Rio de Janeiro iniciou esta semana de atividades da Jornada de Lutas denunciando a extração ilegal de areia dentro do assentamento Terra Prometida, localizado na baixada fluminense. Hoje, cerca de 150 famílias iniciou o dia fazendo uma ocupação em frente a superintendência regional do INCRA no Rio de Janeiro.

A ação vem de encontro à Jornada de Abril, realizada em memória aos 21 Sem Terras que foram brutalmente assassinados pela polícia do estado do Pará. Neste dia 17 de abril, data que marca os 23 anos do Massacre de Eldorado dos Carajás.

Neste Dia Internacional da Luta Camponesa pela Reforma Agrária, a  superintendência do Incra, em consonância com a orientação do desgoverno de Jair Bolsonaro, se recusa a realizar uma audiência com o MST. A alegação é de que não foram passadas as diretrizes orçamentárias e metas do órgão a nível nacional para a execução das políticas de sua competência.

As famílias assentadas do Terra Prometida, junto com a associação e o sindicato rural da região, reocuparam uma área dentro do assentamento que havia sido invadido por um areal.

O movimento reivindica que o ITERJ e o INCRA, autarquias responsáveis pela implantação das políticas públicas de Reforma Agrária, parem imediatamente o trabalho do extração ilegal de areia e que destinem a área para que se possa produzir alimento saudável e fazer que esta terra cumpra sua função social.

O pedido para que se execute as políticas públicas visando ao desenvolvimento local vem de longa data, uma vez que o projeto de assentamento se encontra há 13 anos em total abandono do poder público.

Nos últimos anos o INCRA vem apresentando orçamento no meio do ano para poder se desvincilhar de algumas responsabilidades do poder público. O movimento percebeu que há uma intenção do governo de acabar com a Reforma Agrária e, ao mesmo tempo, uma ação ativa na criminalização dos movimentos populares, em especial o MST.

Mais tarde, às 16h, acontecerá o Ato Campo e Cidade na luta por direitos na Central do Brasil. Diversos movimentos ligados as favelas e as lutas por moradias na cidade, junto com as frentes em articulação com o MST, irão realizar um grande ato político-cultural com distribuição de alimentos agroecológicos para dialogar com a população sobre a luta em defesa da Reforma Agrária Popular e direitos humanos.

O ato tem como objetivo denunciar a escandalosa violência que vêm sendo praticada no campo e nas periferias dos centros urbanos, assim como a criminosa  proposta de reforma da previdência que tramita atualmente no Congresso Nacional, trazendo danos irreparáveis para a classe trabalhadora.
 

A prisão política do Lula expressa a ruptura da democracia, temos hoje uma política de encarceramento que cerceia os trabalhadores do campo e da cidade.  Neste dia de luta, os movimentos do campo e da cidade, organizados e unificando a suas pautas pelo direito à moradia, dignidade, terra e justiça social vem à capital do Rio de Janeiro para denunciar a violência e criminalização da luta.

 

Editado por Fernanda Alcântara