Governo Doria despeja famílias de agricultores Sem Terra em SP

Da Página do MST

Após mais de 8 meses de luta, resistência e muita produção de alimentos saudáveis no distrito de Martinho Prado Jr, em Mogi-Guaçu (SP), as 400 famílias Sem Terra estão sendo despejadas nessa segunda-feira (22/04).

Indignadas com a decisão judicial, dada no dia 08 de abril deste ano, as famílias deixam a área do Governo de São Paulo com lavouras de maxixe, mandioca, quiabo, melancia e outras variedades de cultivos. Sueli Borges, acampada, relata o sentimento das famílias.

“Nossa maior tristeza é deixar nossa roça, pois essa terra é muito boa. Já colhemos muito e nos próximos meses iríamos colher muito mais. É muito triste saber que toda essa terra vai voltar a ficar abandonada, mas não vamos desistir. Aqui ainda vai ser nosso assentamento”.

A viabilidade do assentamento na fazenda é de conhecimento público, inclusive atestada por órgãos públicos estaduais. “O governo optou pela reintegração de posse, perdendo a chance de realizar a reforma agrária e cumprir a função social da terra, tornando a área produtiva, com geração de renda e desenvolvimento econômico para a região”, afirmou outro assentado.

A área esteve abandonada por anos, sendo alvo de queimadas frequentes e depósito de carros roubados. Além disso, o espaço foi colocado à venda pelo Governo do Estado para beneficiar grandes empresas do agronegócio com a terra pública.

Representantes acusam o governo Doria de não se importar com a situação das famílias, demonstrando total irresponsabilidade no tratamento da questão social e descaso em relação a função social da terra. Além disso, estas ações vão contra o que determina a Constituição Federal, o que se evidencia na inviabilização do Parque da Água Branca para a Feira Nacional da Reforma Agrária.

Segundo nota, o Movimento Sem Terra seguirá em luta pela democratização da terra e pela realização de um assentamento agroecológico na Fazenda Campininha.