Escola do campo proporciona uma educação libertadora
Por Antonio Kanova
Da Página do MST
Onde ontem era morada dos negros escravizados, açoitados pelo Barão dos Campos Gerais, hoje crianças camponesas podem ler, brincar e se divertir.
Esta é a história da Escola Municipal do Campo Contestado, na cidade da Lapa (Paraná). O semblante era de felicidade, estampado no rosto das 30 crianças, durante a atividade desenvolvida nesta quinta feira (25) pela escola, em conjunto com o Centro Cultural Casarão, no Assentamento Contestado.
Segundo Ana Claudia, educadora do 3º ano, dentro da matriz curricular o processo de incentivo à leitura é diário e constante. “Enfatizamos a importância do habito à leitura, mas também reforçamos que a leitura possa ser feita em ambientes onde as crianças se sintam à vontade. Assim, o aprendizado vai para além da escola”.
E proporcionar o acesso à diversidade cultural é o pilar desta união entre a escola e o assentamento. “O Casarão é importante por fomentar a formação humana na sua totalidade, promovendo o encontro do público Sem Terra com as artes visuais, a dança, a música, a literatura, o circo, o cinema e o teatro”, afirmou Sylviane Guilherme, do coletivo de trabalho do Centro Cultural Casarão.
A iniciativa faz parte de uma campanha do Setor de Educação e do Coletivo Nacional de Cultura do MST, com o tema “Pelo direito à literatura nas escolas do campo”, reforçando a ideia de que é possível viajar pelos livros.
Casarão
O Centro Cultural Casarão é uma conquista das famílias do assentamento Contestado e tornou-se o primeiro espaço de arte em área de reforma agrária da região sul do Brasil. Localizado no Assentamento Contestado, o espaço tem proporcionado para as famílias a possibilidade de acesso à cultura e à arte.
Desde o início das atividades, em julho de 2018, o Casarão tem realizado diversas atividades mensais, desde de exibição de filmes, apresentações teatrais, shows musicais entre outras.
Só no mês de abril, além da atividade em parceria com a escola municipal, foram realizadas algumas exibições de filmes nacionais e latino-americanos, além de duas oficinas de caixa, canto e bordado com as Caixeiras do Divino Espírito Santo de Curitiba, e exposições de artes visuais e artistas populares locais.
Editado por Fernanda Alcântara