6ª JURA de SC reafirma a resistência e agroecologia na luta dos povos do campo
Por Coletivo de comunicação MST/SC
Da Página do MST
Com abertura no dia 17 de abril, a VI Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária de Santa Catarina (JURA/SC) encerrou a segunda etapa de atividades deste ano. Realizadas de 20 a 24 de maio, as atividades desta etapa foram organizadas na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e na Universidade Estadual de Santa Catarina (UDESC).
Mesas de discussão abordaram as temáticas da Educação, Questão Agrária, Questão Indígena, Mulheres e Agroecologia e Produção de alimentos agroecológicos e renda. Aconteceram também oficinas práticas de hortas e produtos artesanais e outras atividades culturais, como intervenções teatrais, apresentações de música, exposição fotográfica e roda de capoeira, sempre em diálogo com os temas propostos em defesa da reforma agrária.
Dentre os destaques da 6º JURA/SC esteve a articulação com os povos indígenas, as cipozeiras e a organização coletiva da jornada pelos grupos de ambas as universidades e a Via Campesina, que proporcionou diversidade às atividades. A variedade do campo esteve na comercialização de produtos na feira agroecológica da reforma agrária, que contou com assentamentos rurais do estado organizados pelo MST e Movimento de Mulheres Camponesas (MMC). Também foram comercializados artesanatos e livros da editora Expressão Popular.
O fortalecimento da resistência e luta dos povos se dá também pelo diálogo. Wera Antunes reafirmou a identidade da luta de seu povo, Guarani, é inseparável da espiritualidade, não há hierarquia frente a diversidade de vida, “tudo deve ser respeitado”. Afirmou ainda que a luta de seu povo sempre existiu, e que é preciso aumentar a relação entre os povos, “se eles querem ver conflito entre os povos indígenas e o movimentos, eles vão ver união”.
As mulheres tiveram protagonismo central em todos os espaços realizados nessa JURA em Santa Catarina, desde a organização, participação do público, até as mesas de discussão, oficinas, intervenções culturais e na exposição de produtos. Elas analisaram a conjuntura educacional, agrária e política, facilitaram oficinas, apresentaram intervenções culturais, apresentaram suas experiências agroecológicas e comercializaram seus produtos.
“Para a juventude e, principalmente, para as mulheres, a resistência na defesa e na permanência da vida no campo tem relação direta com a agroecologia. Elas enfrentam não só o capital no campo, neste grande acirramento atual do agronegócio, mas também lutam diariamente contra o patriarcado. Somos diariamente desafiadas a provar que a agroecologia é o caminho que a nova mulher e o novo homem precisam seguir”, comentou Fabíola Girotto, administradora, agricultora e dirigente do MST.
*Editado por Fernanda Alcântara