Lula envia carta ao Seminário Terra e Território e celebra unidade dos povos do campo

Encontro com movimentos, gestores públicos e intelectuais de setores agrário e ambiental recebe carta de ex-presidente
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Um Brasil onde o meio ambiente é respeitado e a agricultura familiar é valorizada, defende Lula em carta. Foto: Lula Marques/Agência PT

 

Do Brasil de Fato

 

“Não podemos parar de pensar soluções e de andar por esse país conversando com o povo sobre esse outro Brasil, sobre o respeito com que o povo e a terra brasileira merecem ser tratados por aqueles que a amam de verdade”. Com estas palavras e um forte abraço, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva finaliza a carta enviada aos presentes no Seminário Terra e Território: Diversidade e Lutas.

O encontro que reúne movimentos do campo e ambientais, intelectuais, gestores públicos e dezenas de organizações acontece na Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), até este sábado (8). O objetivo é traçar uma plataforma unitária e uma carta de compromisso dessas entidades com a soberania do povo brasileiro e em defesa do meio ambiente. Estes documentos serão apresentados em um ato público, às 14h, com a presença de representantes dessas organizações, parlamentares e do ex-candidato a presidente Fernando Haddad.

Sobre esta reunião, Lula ainda declara: “Por isso me alegra saber que pessoas de todo o país estão reunidas debatendo o desenvolvimento verdadeiro e sustentável do nosso território, da nossa soberania, do chão que nós pisamos e da natureza que nos cerca.”

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Leonardo Melgarejo, pesquisador, e Mazé Morais, da Contag, leem a carta do ex-presidente.
Foto: José Eduardo Bernardes/Brasil de Fato

Confira na íntegra a carta de Lula:

Queridos amigos reunidos no Seminário Terra e Território,

Conhecer o Brasil é conhecer a sua gente, a sua terra, a sua natureza, saber como o povo vive, mora, trabalha, estuda e se alimenta pelo nosso país tão grande, de realidades tão diferentes.

Eu dediquei décadas da minha vida a viajar, conversar, estudar, a conhecer esse país. Viajei o Brasil todo para a criação do PT e da CUT, para apoiar as organizações de trabalhadores do campo e defensores do meio ambiente em suas lutas, para velar companheiros assassinados covardemente, para apoiar lutas sociais e políticas.

Depois de 1989, quando fui candidato a presidente, decidi viajar ainda mais, criando as Caravanas da Cidadania, para ouvir o povo e conversar com estudiosos e lideranças locais as experiências, os problemas e as soluções de cada região do país.

Também foi assim que eu governei, sem nunca me acomodar no ar condicionado de Brasília, mas indo onde o povo estava.

Talvez seja por isso que eles achem tão importante me deixar preso. Para eu não poder estar aí, com vocês, lembrando, discutindo e construindo um outro país que já provamos que é possível.

Um Brasil governado para todos, mas com um cuidado maior com os que precisam. Onde as pessoas tenham emprego, onde o meio ambiente é respeitado, onde há oportunidade das pessoas estudarem, onde a segurança alimentar é prioridade, onde a agricultura familiar é valorizada.

Mas se eles podem prender um corpo, não podem prender nem uma ideia nem o povo. Por isso me alegra saber que pessoas de todo o país estão reunidas debatendo o desenvolvimento verdadeiro e sustentável do nosso território, da nossa soberania, do chão que nós pisamos e da natureza que nos cerca.

Não podemos parar de pensar soluções e de andar por esse país conversando com o povo sobre esse outro Brasil, sobre o respeito com que o povo e a terra brasileira merecem ser tratados por aqueles que a amam de verdade.

Um grande encontro e um forte abraço,

Luiz Inácio Lula da Silva

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