Confira nota sobre prisões politicas de membros de movimentos por moradia

Episódio mostra confusões e entendimentos enviesados da lei e da justiça contra movimentos sociais

Da Página do MST
 

Lideranças de movimentos de moradia, que atuam no centro da cidade de São Paulo em ocupações de prédios vazios, foram surpreendidas na semana passada com um mandato de prisão sobre a queda do Edifício Wilton Paes de Almeida, no Largo do Paissandu, em 2018.

As acusações são de que elas teriam praticado extorsão junto aos moradores das ocupações desses prédios, cobrando valores abusivos de quem participa do movimento. Entretanto, o envolvimento de lideranças legitimas do movimento de moradia que nada têm a ver com o caso, tratando-se explicitamente de uma ofensiva para tentar criminalizar a luta dos movimentos sociais.

Confira a nota do MST de apoio do movimento  às vítimas destas prisões.
 

Nota de solidariedade aos presos políticos na luta por moradia em SP
 

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) se solidariza às organizações populares de luta por moradia no Estado de São Paulo e aos militantes que se encontram em prisão política por realizarem uma luta direta contra a especulação imobiliária em defesa do direito por moradia digna e popular. 

Em tempos de governo autoritário, é notório que estas prisões expressam o avanço da criminalização das lutas sociais e populares no país, em especial a por moradia, que estabelece o enfrentamento direto à negação da garantia constitucional deste direito. 

Estas perseguições são parte de um projeto preconceituoso e racista, cuja política higienista de expulsão da classe trabalhadora negra e pobre do centro da cidade, mais uma vez, nega o acesso à moradia, cultura, lazer e à mobilidade urbana desta parcela da população. Isso porque as elites econômicas, que controlam os territórios urbanos por meio da especulação imobiliária, aprimoram, assim, o controle sobre o direito de ir e vir, negando aos trabalhadores e trabalhadoras o direito de acesso e permanência neste território.  

Portanto, reafirmamos o compromisso de nossa luta contra as formas de opressão e injustiça. Enquanto existirem trabalhadoras e trabalhadores sem teto, sem terra, sem direitos, seremos luta e resistência.

Por isso, reafirmamos: Ocupar é um direito!! 

Direção Nacional do MST
Guararema – São Paulo, 12 de julho de 2019