Estudiosos da área de Defesa criticam política de Ciência e Tecnologia
Do SOS Brasil Soberano
“O desmonte em curso do aparato público de ensino e pesquisa, a perda de controle de empresas de grande capacidade tecnológica (como a Petrobras e a Embraer) e os golpes inflingidos à engenharia complexa atentam contra a nossa soberania”, escrevem. “O atual governo, ostensivamente amparado e composto por militares, procede de forma contrária à defesa nacional e aos interesses do Brasil estabelecidos na Constituição de 1988. Em alguns meses, o propósito demolidor comprometeu esforços desenvolvidos em mais de um século por civis e militares.”
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Defesa Nacional ameaçada!
Somos pesquisadores acadêmicos dedicados aos Estudos de Defesa. Temos como objeto de atenção as Forças Armadas, as relações entre civis e militares, as formulações geopolíticas e outros temas relacionados à Defesa Nacional. Em diversas instituições de ensino, predominantemente públicas, formamos graduados, mestres e doutores civis e militares.
Desde o século XIX, o militar brasileiro compreendeu a importância do conhecimento científico e do domínio de tecnologias para a preservação de nossa soberania. Essa compreensão aprofundou-se durante o regime republicano. Tornou-se indiscutível para soldados, marinheiros e aviadores que, sem a produção do saber científico, do desenvolvimento industrial e da autonomia energética, o Brasil estaria condenado a submeter-se às potências estrangeiras.
Ao longo do tempo, os militares estimularam de forma pioneira o crescimento do ensino universitário e da pesquisa. Mesmo a ditadura implantada em 1964 fez avançar o desenvolvimento e a institucionalização do ensino e da ciência. Entre diversas iniciativas, a Ditadura reconheceu a Antropologia, a História e a Sociologia como áreas do conhecimento científico.
A comunidade de professores e pesquisadores brasileiros, envolvendo todas as áreas de conhecimento, ganhou porte e qualidade. Tornou-se imprescindível ao atendimento de demandas sociais e econômicas. Configurou-se indispensável à Defesa do Brasil.
O desmonte em curso do aparato público de ensino e pesquisa, a perda de controle de empresas de grande capacidade tecnológica (como a PETROBRAS e a EMBRAER) e os golpes inflingidos à engenharia complexa atentam contra a nossa soberania.
O atual governo, ostensivamente amparado e composto por militares, procede de forma contrária à defesa nacional e aos interesses do Brasil estabelecidos na Constituição de 1988. Em alguns meses, o propósito demolidor comprometeu esforços desenvolvidos em mais de um século por civis e militares.
É imperativo deter essa orientação antagônica aos seus interesses nacionais!
Assinam:
Manuel Domingos Neto
Eliézer Rizzo de Oliveira
João Roberto Martins Filho
Héctor Saint-Pierre
Francisco Carlos Teixeira
Suzeley Kalil Mathias
Piero Leirner
Willams Gonçalves
Alexandre Fuccille
Durbens Martins Nascimento
Érica Winand
Paulo Cunha
Adriana Erthal Abdenur
Paulo Kulhmann
Leandro Clemente