Em Minas Gerais, acampamento Maria da Penha avança na conquista terra

Imissão de posse foi concedida na semana passada, dia 08/07
acampamento Maria da Penha.png
Acampamento está localizado na antiga fazenda Bom Jardim, no município de Matias Lobato, no Vale do Rio Doce (MG). Fotos: Arquivo MST

Por Geanini Hackbardt
Da Página do MST

Trinta famílias acampadas na antiga fazenda Bom Jardim, município de Matias Lobato, no Vale do Rio Doce (MG), conquistaram a imissão na posse e poderão ser finalmente assentadas. O latifúndio de 208 hectares foi ocupado em 12 de outubro de 2008 e se encontrava abandonado pela proprietária Agropecuária Adail Batista Coelho e Filhos LTDA.
 

Antoniel Domingos Moreira, da Direção Estadual do MST, afirma que essa é uma conquista importante para todo o movimento nessa conjuntura adversa. “Nós estamos muito felizes, porque nesses tempos pós golpe, de governo neofascista, as instituições que garantiam o cumprimento da lei da reforma agrária foram destruídas. Mas essa conquista mostra para nós que não podemos desistir da luta, nem ter medo. É só organizando o povo e lutando que se conquista o direito à terra”, comemorou o dirigente da regional Vale do Rio Doce.
 

Maria da Penha.jpg

O nome do acampamento é uma homenagem à militante Maria da Penha Lima, que defendeu a luta por moradia e pela terra. Maria da Penha, conhecida apenas como Penha pelos sem terra da região, participou da primeira marcha estadual do MST de Minas Gerais, que se iniciou em Governador Valadares, em 1996. Ela contribuiu por vários anos com trabalhos de base, tanto no campo, quanto na cidade e morava numa ocupação urbana.

Penha adoeceu e precisou se afastar das ocupações para se tratar, no entanto, não conseguiu ficar muito tempo longe da luta. Contrariando a família, ela voltou para o acampamento após iniciar o tratamento. Os vizinhos acampados contam, que numa noite, ela estendeu a bandeira do MST, a bandeira do movimento de luta por moradia e a bandeira do PT e se deitou para dormir. Como no outro dia demorou muito abrir a porta de seu barraco, as famílias ficaram preocupadas, entraram na casa e a encontraram deitada sobre as bandeiras.
 

*Editado por Fernanda Alcântara