MST celebra os 17 anos da Comuna da Terra Irmã Alberta

Localizado em uma antiga área improdutiva da SABESP, a Comuna da Terra Irmã Alberta celebrou, no último sábado 27, 17 anos de luta e resistência

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Por Coletivo de Comunicação MST/SP
Fotos: Filipe Augusto Peres

Localizado em uma antiga área improdutiva da SABESP (Companhia de Águas do Estado de São Paulo), a Comuna da Terra Irmã Alberta celebrou, no último sábado 27, 17 anos de luta e resistência. As famílias seguem reivindicando a área para fins de Reforma Agrária.

A comemoração começou logo pela manhã com um jogo entre o acampamento Marielle Vive!, localizado em Valinhos, e o acampamento Irmã Alberta. Disputado, o empate em 2 x 2 fez justiça à luta dos dois times.

Na parte da tarde, após um almoço oferecido pelo acampamento uma mística percorreu toda a Comuna contando um pouco da história do surgimento do acampamento, emocionando todos que ali estavam.

A atividade contou com a participação de aliados políticos, sindicatos e entidades. Após um ato político de apoio e reconhecimento à resistência e luta do Irmã Alberta, um bolo de três metros de largura, preparado no acampamento, fez a alegria de jovens e adultos.

Depois dos parabéns, a música tomou conta da tarde e ganhou o início da noite, com muita cumplicidade coletiva e vontade de continuar na justa luta por Reforma Agrária.

Ou, como cantam seus acampados, fazendo justiça à freira que tanto contribuiu para a formação do MST: Irmã Alberta, coragem, coragem, coragem!

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História

Irmã Alberta foi uma freira da Igreja Católica. Italiana, veio ao Brasil e participou da luta pela terra em Goiás na época da ditadura militar. Além disso, atuou na defesa dos camponeses que integravam as Ligas Camponesas. A Comuna da Terra Irmã Alberta fincou bandeira no dia 20 de julho de 2002 na ocupação das famílias na área da Fazenda Itaye, de propriedade da SABESP.

A decisão da escolha do nome foi feita em assembléia no mesmo dia em que a área foi ocupada. Assim como em outras lutas do MST, a própria Irmã Alberta participou ativamente da ocupação da área. A religiosa faleceu, aos 97 anos, em dezembro de 2018.

O acampamento Irmã Alberta é o único do MST dentro do município de São Paulo – região de Perus. No local estava proposto a construção de um lixão, mas, a luta dos Sem Terra têm transformado a área em um espaço de produção de alimentos. Mesmo sem a adjudicação da terra, o acampamento já produz no sistema agroflorestal.
 

Os lotes foram divididos e as áreas de produção coletiva determinadas. Há muito o que se orgulhar. Além da produção a pleno vapor, o Irmã Alberta está sediando entre os dias 17 e 31 deste mês a primeira turma da Escola Popular de Teatro e Vídeo do Estado de São Paulo.

De acordo com Luciano Carvalho, da direção estadual do MST pelo setor de Cultura, o Movimento, por meio desta escola está fazendo uma formação revolucionária, inédita. Isso, em conjunto com as outras escolas que estão surgindo em Brasília, no Rio de Janeiro, em Santa Catarina e em Buenos Aires, compondo a rede Nuestra América, de escolas populares, de escolas de teatro político.

 

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