Espaço da Terra Crioula completa 2 anos no centro do Rio de Janeiro

Ação ajuda na comercialização da produção agroecológica da Reforma Agrária
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Aniversário do espaço de comercialização Terra Crioula, no Rio de Janeiro. Foto: Coletivo de Comunicação MST/RJ

Por Coletivo de comunicação do MST/RJ
Da Página do MST

Nos dias 27 e 28 de agosto, o espaço de comercialização Terra Crioula comemora dois anos de existência, trazendo as pautas da Reforma Agrária Popular e promovendo o diálogo entre o povo trabalhador do campo e da cidade. Quinzenalmente, a ação leva a produção agroecológica dos assentamentos da Reforma Agrária do estado do Rio, oferecendo alimentos saudáveis, fruto da organização coletiva, para as famílias cariocas.
 

Organizado pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o espaço promove a socialização da cultura camponesa e da Reforma Agrária Popular, fortalecendo os vínculos entre os associados da Reforma Agrária e os agricultores no espaço Plínio de Arruda Sampaio, a partir da relação de solidariedade do mandato do vereador Renato Cinco, do PSOL.

Dessa forma, consolida-se uma relação solidária, justa e fraterna, que envolve as pessoas em uma nova forma de adquirir alimentos saudáveis, ao conhecerem a origem da produção e ampliando os saberes e sabores. Cria-se uma sadia relação educomunicativa que fortalece o debate da Reforma Agrária Popular e empodera as famílias de assentadas e assentados.

Cesta da Reforma Agrária pela segurança alimentar

A cesta da Reforma Agrária é uma das ações organizadas pelo Terra Crioula, com uma forte participação da coletivo Alaíde Reis, que compreende os assentamentos Roseli Nunes e Terra da Paz da Regional Sul Fluminense do MST/RJ. No primeiro semestre de 2019, a cesta qualificou os mecanismo de logística, comunicação, cooperação e gestão avançando em parceria com o Núcleo de Solidariedade Técnica (SOLTEC)  da UFRJ, que tem acompanhado o processo de gestão nos territórios como também nos processos de cooperação.

Esta parceria estende-se também para a Rede Ecológica, articulação que organizou o Fundo Solidário para aquisição do caminhão que transporta os alimentos desde a regional sul do estado até a Capital. O processo, como um todo, envolve direta e indiretamente cerca de 150 famílias, entre agricultores e associados das cestas, e contribui significativamente na estruturação real das famílias assentadas.

A cesta tem projeções de crescimento exponencial: espera-se que no próximo período aumente a entrega para 150 kits quinzenais, além da ampliação dos pontos de entrega. Em breve será lançada a Cesta da Reforma Agrária do Terra Crioula no Armazém do Campo.

O Espaço de Comercialização Terra Crioula é um espaço que fortalece a soberania e segurança alimentar, garantindo uma grande diversidade de produtos da Reforma Agrária. Produtos de origem agroecológicos in natura, como também produtos agro industrializados das cooperativas nacionais do MST.

Entre os produtos nacionais, destaca-se o arroz orgânico e integral da COOPAN, a maior cooperativa de produção de arroz orgânico da América Latina, o café agroecológico “Terra de Sabores”, dos assentamentos de Espírito Santo e o doce de leite Terra Livre, do Rio Grande do Sul. Estes produtos, além de serem oferecidos na csta e nas bancas de feira agroecológica, são utilizados pelo coletivo da Culinária da Terra, cozinha com caráter popular e camponês, que envolve assentados e acampados da Reforma Agrária.

A Culinária da Terra conta com a parceria do projeto de extensão Convivium, da graduação de Gastronomia da UFRJ. A equipe, do campo e da cidade, é composta por assentadas e acampadas da Reforma Agrária Popular e por estudantes e professores do curso de Gastronomia, criando uma relação direta desde o cultivo do alimento até o prato. A Culinária da Terra é a concretização da relação entre o campo e a cidade, elaborando, quinzenalmente, criativos cardápios que misturam a culinária camponesa com a gastronomia.

Na batalha das ideais, a editora e livraria Expressão Popular participa com livros e revistas que auxiliam a interpretar a realidade, fomentando a leitura nos variados debates da Reforma Agrária Popular. Na programação de aniversário será o lançamento do livro “MST em Cartaz”, dia 27, às 15h30, seguido de roda de conversa “Os Desafios da Luta Pela Terra”, com a profa. Leonilde Medeiros, do CPDA/UFRRJ, e Marcelo Luiz, do MST/RJ.

Comemorar também é resistir

Festejar as lutas e conquistas torna-se fundamental em uma conjuntura que se agrava, com o avanço do ultraliberalismo e das políticas do agronegócio. Nesse sentido, o Movimento convida o conjunto de parceiros, aliados e amigos do MST, para as comemorações que se iniciam no dia 27 de agosto, com uma rica programação cultural.
 

Na programação, há a habitual entrega de cestas da Reforma Agrária, além de uma Feira Agroecológica, uma deliciosa feijoada da roça feita pela Culinária da Terra, venda de fitoterápicos produzidos pelos coletivos de produção e saúde,  oficinas de serigrafia popular, forró do Trio da Terra, cerveja artesanal Subversiva produzida pelo coletivo de mulheres militantes do MST, e diversas atrações culturais.

*Editado por Fernanda Alcântara