Documentário sobre herói popular Pedro Rocha Xapuri é lançado em assentamento

Documentário relata a vida de Pedro Xapuri engajado na luta dos trabalhadores do campo e da cidade
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Sessão especial de lançamento no assentamento 17 de abril, com a presença de Pedro Xapuri. Foto: Filipe Augusto Peres

Da Página do MST
 

Após mais de um ano de produção, foi lançado o documentário “A luta não para: Pedro Rocha Xapuri”. Mais do que um herói popular, o documentário traz a história de um homem coletivo, engajado na luta dos trabalhadores do campo e da cidade e homenageia, indiretamente, todas as pessoas que lutam, anonima e diariamente, por mais justiça social para toda a população brasileira.
 

Produzido pelo Núcleo Agrário Terra e Raiz e pelo Laboratório da Questão Agrária em Debate, da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais de Franca e pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, respectivamente, o documentário “A luta não para: Pedro Rocha Xapuri” teve o seu lançamento realizado na Mostra de Cinema da Terra, na UNESP/Franca, nesta segunda-feira (16).
 

Também teve lançamento no último sábado (14) no assentamento 17 de abril, em Restinga (SP), onde o protagonista da história, Pedro Xapuri, vive atualmente  juntamente com a sua esposa, Maria Alberina Rocha.
 

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Dirigido por Raquel Santana e Marcos Limonti, professora e mestrando da Escola de Serviço Social da UNESP/Franca e por Leile Teixeira, professora da Escola de Serviço Social da UFRJ, o filme conta a história de um herói coletivo, Pedro Xapuri. 

Para Raquel Santana, o documentário relata a luta de seringueiros no Acre e a luta do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra  para conquista o assentamento 17 de abril, no estado de São Paulo: “Muito mais do que construir a história de um protagonista, de um herói, o objetivo é mostrar a história de um sujeito coletivo, na luta, em resistência, construindo a história deste país”. 

 

Gravado em Xapuri, no Acre, e no assentamento 17 de abril, em Restinga (SP),  a primeira parte do filme conta a história do casal Pedro Xapuri e Maria Alberina, sua chegada no Acre, em 20 de setembro de 1977, a luta do para terem o seu pedaço de terra, a militância de ambos e a luta ao lado de Chico Mendes e de outros seringueiros contra a ocupação dos seringais por pecuaristas que desejavam devastar, derrubar a mata para colocarem pasto.
 

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O documentário mostra como essas lutas levaram ao assassinato de Chico Mendes e, presente no dia da morte da liderança seringueira, qual foi o papel de Pedro naquela época. Após a morte de Chico,  Pedro e Alberina se mudaram para São Paulo e passaram a fazer parte do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, em 1998. Eles participam da luta, da ocupação do que viria a ser o Assentamento 17 de abril, em Restinga-SP, nome dado em homenagem aos 21 companheiros assassinados pela Polícia Militar, em Eldorado dos Carajás, na curva do S, em 1996, no Pará.

Xapuri destacou o desenvolvimento do 17 de abril e ressaltou a construção do posto de saúde,  da escola, da cooperativa agroflorestal, que trabalha diretamente com as merendas escolares (PNAE) e o Programa de Aquisição de Alimentos, (PAA). E sobre o seu dia a dia, o seu sustento, afirma: “Hoje eu vivo, como tantos outros companheiros, da minha produção: mandioca, acerola, uma vez uma banana quando tem e vai caminhando”.

Após a exibição do documentário, Xapuri afirmou que “a importância desta homenagem feita, este documentário ter passado, é uma coisa que você não vai encontrar nos livros. São histórias de trabalhadores que fizeram a luta por esse país, que fizeram a luta pela Amazônia, pela vida, pela terra e que continuam fazendo a luta pela organização dos trabalhadores e a sua produção, que é o mais importante. É esta a importância desse documentário”.

*Editado por Fernanda Alcântara