Assentamento comemora 5 anos de unidade de saúde no RS
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Por Catiana de Medeiros
Da Página do MST
Famílias do assentamento Santa Rita de Cássia II, em Nova Santa Rita, na região metropolitana de Porto Alegre, comemoraram na última sexta-feira (27) os cinco anos da Estratégia de Saúde da Família Rural Marisa Lourenço da Silva.
O evento, que reuniu lideranças e autoridades locais, lembrou a luta coletiva dos Sem Terra para a implantação da unidade de saúde, inaugurada em 29 de setembro de 2014 na antiga sede da fazenda Montepio, que foi desapropriada em 2005 para Reforma Agrária.
O nome da ESF é em homenagem à acampada Marisa Lourenço da Silva, que faleceu aos 13 anos ao ser atropelada na BR-386, no mesmo dia em que se conquistou a área do assentamento. A unidade é a primeira rural do Rio Grande do Sul e atende cerca de 4 mil pessoas de quatro assentamentos e da zona urbana do município.
O atendimento é garantido por uma técnica de enfermagem, uma médica e um médico, uma enfermeira, uma higienizadora, três agentes de saúde e uma profissional da área administrativa. O local da festa foi ornamentado com uma linha do tempo composta de fotografias e das palavras “fé”, “união” e “perseverança”, que, segundo os moradores, foram fundamentais para chegar a esses cinco anos.
Além disso, o trabalho coletivo e voluntário fez toda a diferença. A comunidade lembra que ajudou a reformar a antiga sede da fazenda e que fez questão de ter na ESF profissionais oriundos do Programa Mais Médicos.
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Para Alessandro do Prado, presidente da Associação 29 de Outubro – formada por moradores do assentamento Santa Rita de Cássia II, a unidade é fruto da luta pela terra e pelo direto à saúde e qualidade de vida no campo.
“Conseguimos essa conquista com a força da comunidade, que sempre está disposta a participar. Hoje, ao comemorarmos o aniversário de cinco anos, também comemorarmos o esforço de muitas pessoas”, ressalta.
Prado argumenta que as famílias trouxeram ao assentamento a união que tinham nos acampamentos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Por isso, a ESF se tornou realidade. “Foram mais de 130 mutirões para que tivéssemos essa melhoria”, destaca.
A técnica de enfermagem Eliane Iensen contribuiu para a concretização da conquista. À época ela era secretária municipal de saúde e se reuniu com médicos e comunidade para viabilizar a reivindicação e organizar a estrutura da unidade.“A gente construiu junto com as famílias, que trabalharam e doaram materiais e mão de obra”, afirma.
Eliane acrescenta que a ESF ainda precisa de melhorias, mas que até aqui tem sido importante o atendimento prestado aos moradores do município. Ela enfatiza que a população do campo ainda tem muitas necessidades, o que a impulsiona a lutar junto para conseguir o que ainda precisa.
*Editado por Fernanda Alcântara