XIII Encontro Estadual das Crianças Sem Terrinha reúne 400 participantes no Paraná

Representantes do Governo do Estado, da ALEP e do MPT participaram da abertura do encontro
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Encontro começou nesta quarta (16) e vai até sexta (18), com muita música e diversão. Foto: Leandro Taques

Por Setor de Comunicação e Cultura do MST-PR
Da Página do MST

 

A apresentação dos Palhaços Pituim, Madoka e Iva abriu com muitos sorrisos o XIII Encontro Estadual das Crianças Sem Terrinha, que começou nesta quarta-feira (16) e vai até sexta (18), em Almirante Tamandaré, Região Metropolitana de Curitiba. O encontro reúne cerca de 400 crianças de 6 a 12 anos, vindas de acampamentos e Assentamentos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) do Paraná. 
 

Estão presentes crianças da regiões sul, norte, oeste, noroeste, centro-oeste e centro do Paraná. Estudantes de 10 Escolas Itinerantes de acampamentos e das Escolas Municipais dos assentamentos do MST participam da atividade. 
 

Os pequenos João Lucas e Mirele, moradores de acampamentos do MST, coordenaram de forma descontraída a abertura oficial do encontro. Entre músicas e palavras de ordem, eles chamaram à frente representantes do Governo do Estado, da Assembleia Legislativa, do Ministério Público do Trabalho, de entidades sindicais e do MST. 
 

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Foto: Leandro Taques

Izabel Grein, integrante do setor de educação e da direção estadual do MST, lembrou a luta pelo direito à educação com uma das primeiras do Movimento. “Lá nos anos 80, as crianças Sem Terra não tinham direito de ir na escola porque estavam acampadas. Por isso a luta pela escola já está presente desde o início do Movimento”. Mas a luta não para com o direito de estudar: “Nossa primeira luta é pela escola, mas queremos poder brincar e sorrir”. 
 

Margareth Mattos, procuradora do Ministério Público do Trabalho, falou sobre o enfrentamento ao trabalho infantil. Em articulação com o Setor de Educação do Movimento, Mattos confirmou que levará o Programa MPT na Escola aos acampamentos e assentamentos, para debater o trabalho infantil. “A gente costuma dizer que o trabalho infantil mata a infância. Ser criança é ter direito a crescer, brincar e, principalmente, estudar”, garantiu a procuradora. 
 

O deputado estadual professor Lemos (PT) elogiou a organização das crianças e desejou sucesso ao encontro. “Eu vim pra dar o meu testemunho da importância do MST para o Brasil. O MST é imprescindível para a defesa da agricultura familiar e da Educação do Campo. O MST é uma benção para o nosso país”. 
 

A Secretaria Estadual da Família participou do encontro com a presença da coordenadora da Política para a Infância e Adolescência, Juliana Sabbag. “Meu trabalho no Estado é para que vocês tenham os direitos garantidos. Se às vezes o Estado não faz tudo que deveria fazer, a gente tem que lutar para conquistar. Mas quero garantir pra vocês que tem gente dentro do Estado comprometida e que quer garantir os direitos”. 

Também participam Roland Rutyna, coordenador de Projetos e Política Públicas da Superintendência Geral de Diálogo e Interação Social (Sudis); Ivo Reck, chefe do gabinete do Deputado Estadual Goura (PDT); Edmilson Feliciano Leite, integrante da APP Sindicato; e Regina Cruz, presidenta da CUT-PR.
 

Incentivo à cultura, ao estudo e ao respeito à liberdade religiosa
 

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Foto: Leandro Taques

Cada criança participante recebeu um kit com camiseta, lenço, materiais pedagógicos e literários: um gibi da Turma da Mônica sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente; um livro de literatura “Iemanjá, a deusa do mar”, da editora Expressão Popular; o livro “Pipo e Fifi – ensinando proteção contra violência sexual”, da editora Caqui; o livro “Lê Pifolé – Guia de bolso para jovens pifeiros”; e o caderno do encontro, com o Hino do Movimento, músicas e espaço para anotações.
 

A banda Le Pifolé trouxe para a criançada a música popular brasileira e a cultura popular de origem rural. O grupo é formado para divulgar a sonoridade do pífano, um tipo de flauta feita originalmente de bambu ou taboca.
 

Os cantos de diferentes denominações religiosas ecoaram no ato inter-religioso, realizado no final da tarde com a presença de integrantes da Igreja Céu de São Francisco do Santo Daime; do Terreiro de Umbanda Caboclo Tupinambá, e da Igreja Evangélica Congrega Church, representada pelo Pastor Mike Rodrigo da Silva. 
 

O clima da noite foi de preparação para o sono, com a exibição de uma seleção de filmes curtas-metragem de animação, com curadoria do cineclubista Cassio Marcelo de Oliveira Alves, autor do blog Cine Club Navegantes – Cine, art e história; e contação de histórias brasileiras com o artista popular Vinícios Mazzon.
 

*Editado por Fernanda Alcântara