Café Guaií: um café de alma

Fruto da luta pela Reforma Agrária Popular, cooperativismo e agroecologia traz, agora, doces novidades!

 

Do Site Café Guaií
 

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Hoje, toda a linha de cafés Guaií é produzida
e comercializada pela Cooperativa Camponesa

É chegado o tempo de novidades para quem já toma nossos cafés e para quem ainda não conhece nosso trabalho. Hoje, toda nossa linha de cafés é produzida e comercializada pela Cooperativa Camponesa, que existe desde 2012 no município de Campo do Meio, MG e atende parte da produção dos nossos assentamentos, acampamentos e outros pequenos produtores locais. Contamos com a linhas Café Popular, Guaií Sustentável e Guaií Orgânico, sendo estes dois últimos nossos cafés de maior qualidade, até hoje.
 

Nosso planejamento de melhorarias para nossos cafés prevê  mais qualidade, não só no desenvolvimento da produção de cafés especiais, mas em toda cadeia:  visando o aproveitamento máximo da produção, gerando desperdício mínimo, criando, realmente um sistema organizado e sustentável. Afinal, “sustentável” é lidar e fazer a gestão do que é real. Hoje, infelizmente, a palavra “sustentável” ganhou uma conotação exclusiva,  ultra artesanal e de produtos de altíssima qualidade, atendendo somente uma camada privilegiada da população. Isso, infelizmente, é irreal, pois dependemos de um produto que vem da terra e que depende da natureza e do trabalho do homem para ser alguma coisa. Em toda produção de café existe cafés muito bons e cafés não muito bons e eles devem ser aproveitados com transparência e consciência.

 

A outra notícia agregadora, que inaugura o projeto do Guaií 2.0, é que temos a previsão da contrução de uma sala de provas, que viabilizará  a análise e classificação das amostras.  Essa autonomia possibilita uma construção bem estruturada e, sobretudo, organizada. Saberemos identificar o que temos como café e – o mais importante – saberemos apresentar nossas possibilidades e garantir a consistência dos produtos.
 

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Do plantio à xícara servimos um
café justo e fruto de um árduo trabalho

Nesses anos de trabalho, desenvolvemos lavouras que possibilitam a produção de um café de alta qualidade. Aprendemos cada vez mais sobre o manejo agroecológico, o plantio de orgânicos, o benefício, o rebeneficio e a torrefação do café. Do plantio à xícara servimos um café justo e fruto de um árduo trabalho. Duas parceiras em especial tem contribuído sobremaneira nesse processo, Rebecca Nogueira e Natália Braga com larga experiência na cadeia de cafés , tem nos auxiliado e estado presente para compartilhar conhecimentos e práticas no sentido de melhorar ainda mais a qualidade do nosso produto.

Nas palavras de Rebecca, a aproximação com a Camponesa visa criar um movimento em direção à qualidade global da cadeia, não só no que diz respeito à produção de café especial:
 

“Café especial tem como premissa apresentar uma bebida limpa, aromática, sem defeitos. Para que isso aconteça todos processos desta cadeia devem estar afinados no trato e na técnica da visão do café como alimento. Depois de muita troca, chegamos à conclusão de que devemos olhar para essa cadeia (inteira) do café, tendo como premissa a sustentabilidade geral de todos produtos envolvidos e a meta de melhorar a qualidade de cada produto ano após ano, com objetivos bem definidos.”
 

O primeiro resultado deste movimento que estamos encorporando deve aparecer na forma de microlotes especiais, que honrarão o nome e o trabalho de cada produtor, para serem apreciados no café do Armazém do Campo, em São Paulo.  Vale a pena acompanhar!
 

Um pouco de história
 

Antes de chegar em sua mesa, o café Guaií tem uma longa história, construída pelas famílias de três assentamentos e onze acampamentos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, que se organizam na cooperativa camponesa, criada no ano de 2012 na cidade de Campo do Meio –MG, com o objetivo de organizar a produção.
 

O MST chegou na região sul mineira no ano de 1998, ocupando as terras abandonadas da antiga e falida usina Ariadinópolis, que deixou um rastro de destruição ambiental em consequência da monocultura de cana, além de vultuosas dívidas trabalhistas. As ocupações desse território possibilitaram que muitas famílias da região pudessem ter uma parcela de terra para produzir alimentos.
 

O trabalho no café, recorrentemente envolve um alto grau de exploração, a região sul mineira infelizmente, é conhecida também por graves denúncias de trabalho análogo à escravidão. Ao ocuparem as terras abandonadas essas famílias puderam desenvolver suas próprias plantações de café e demais alimentos em meio aos cafezais, fazendo a recuperação ambiental com árvores nativas e frutíferas e por conseguinte promovem a justiça social com reforma agrária. A terra que era de apenas um dono, hoje é ocupada por 500 famílias produtoras e mais de 2 milhões de pés de café.