MST organiza Campanha Nacional “JustiçaParaCícero

Diversos atos estão programados para exigir justiça para Cícero Guedes, militante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) assassinado em 2013

 

Da Página do MST

 

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Foto: Arquivo do MST

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, junto com movimentos sociais do campo e da cidade, organizam um campanha nacional para acompanhar o julgamento do caso do militante Cícero Guedes.
 

Um mutirão agroecológico no sítio Brava Gente, no assentamento Zumbi dos Palmares, em Guarus, abriu neste sábado (26)  a campanha Justiça para Cícero Guedes, militante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), assassinado em 2013. O julgamento do caso está marcado para 7 de novembro e, até lá, acontecerão várias atividades organizadas por movimentos sociais, encerrando com vigília no dia do julgamento, no Fórum Maria Tereza Gusmão.
 

Nascido em Alagoas, Cícero veio para Campos com a família em busca de uma vida melhor e se juntou à ocupação Zumbi dos Palmares, onde conquistou a terra que batizou de Brava Gente. Seu lote virou referência em agroecologia para assentados e estudos universitários. Com o tempo Cícero torou-se uma das principais lideranças da luta pela terra no estado do Rio de Janeiro.
 

Cícero foi morto a tiros no dia 23 de janeiro de 2013, aos 49 anos, próximo à Usina Cambahyba, onde coordenava o acampamento Luiz Maranhão. Segundo as investigações, o mandante do crime foi José Renato Gomes de Abreu, que teria contratado Renan Monção Barreto, Alcidenes Moreira Alves, o Garrincha, e Marivaldo Ribeiro dos Santos para executarem o crime. José Renato chegou a ser preso, mas atualmente está em liberdade.
 

“Cícero, justamente por ter sentido na pele a escravidão e a impossibilidade do estudo, tem uma luta muito histórica. Ele é reconhecido internacionalmente na luta pela agroecologia. Precisamos narrar a história do Cícero demonstrando que o assassinato dele é a tentativa de silenciamento de um modo de vida mais saudável, mais rico em diversidade, e, porque não dizer, mais humano e fraterno, o que destoa do modelo imposto historicamente pelo latifúndio” conta a advogada do MST, Fernanda Vieira.
 

A programação deste sábado começa com café da manhã, seguido de visita ao sítio, com relatos sobre a história do assentamento e da luta de Cícero. As atividades acontecem até o início da tarde. No dia 29 haverá exibição do documentário “Forró em Cambaíba” no campus do IFF e para o dia 31 está sendo organizada uma feira agroecológica. Outros eventos serão realizados até a vigília, mantendo a mobilização para acompanhar o julgamento.

*Editado por Fernanda Alcântara