Mais um golpe de Estado na Agenda Imperialista: O neofascismo se impôs na Bolívia

Confira nota da CLOC - Via Campesina sobre o golpe de Estado na Bolívia
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O presidente eleito da Bolívia, Evo Morales, renunciou neste fim de semana. Foto: Joel Alvarez/CC

Da CPT

O presidente da Bolívia, Evo Morales, denunciou no último sábado (9) uma tentativa de golpe de Estado em curso no país, operada por grupos de extrema-direita. Morales denunciou um motim da Unidade Tática de Operações Policiais (UTOP) de Cochabamba e de ações organizadas por grupos de provocadores na mesma região. Com a pressão e as ameaças contra ele e sua família, o presidente renunciou, nesse domingo (10) ao cargo ao qual foi eleito em primeiro turno. A Coordenadoria Latinoamericana de Organizações Camponesas (CLOC) divulgou Nota denunciando o golpe concretizado na Bolívia e manteve seu apoio ao presidente Evo Morales e ao povo boliviano. Confira:
 

(tradução: Cristiane Passos / CPT Nacional)
 

Mais um golpe de Estado na Agenda Imperialista: O neofascismo se impôs na Bolívia
 

A Coordenadoria Latino-Americano de Organizações Camponesas (CLOC), membros da Via Campesina, envia seu mais enérgico apelo ao mundo e aos povos da América Latina e do Caribe para condenar o golpe de estado que a extrema-direita racista e neo-fascista acaba de realizar na Bolívia.
 

Esse ataque à democracia foi denunciado pelo presidente Evo Morales, a extrema direita orquestrou esse golpe com o apoio do império, incluindo grupos manipulados pelas redes sociais e com recursos econômicos externos, todos ligados a um formato já utilizado em outros países progressistas. 
 

Mais uma vez, as forças sombrias da extrema direita imperialista, racista e neofascista invadiram a tranquilidade de um povo e seu governo, que trouxeram muito desenvolvimento e libertaram seu país da pobreza. Este golpe de Estado usou o mesmo formato de ódio, crime e violência dos novos estilos de golpe, seu objetivo é: disponibilizar às transnacionais e ao império a riqueza natural que possuem e que o povo cuida há muitos anos.
 

Exigimos respeito e segurança cidadã do camarada Evo Morales, Presidente eleito constitucionalmente no primeiro turno, do seu gabinete e das autoridades do governo do Estado Plurinacional, e exigimos respeito aos povos originários, responsáveis pelas melhores obras progressistas e que agora estão sendo atacados por uma oligarquia criminosa, que aumenta os mais de 500 anos de desapropriação dos bens comuns e de perseguição aos povos originários, que agora vivem em liberdade.
 

Saudamos os milhares de companheiros e as milhares de companheiras, que nas ruas da Bolívia defendem seu povo e impedem que os oligarcas retomem o governo e reprimam seu povo, que hoje exige paz e estabilidade.
 

Condenamos as forças e instituições relacionadas ao governo dos Estados Unidos por levarem ao povo o seu pior desastre econômico e a intranquilidade, a fim de cumprir suas cotas de poder e retornar à desapropriação de seus bens comuns.
 

Não a guerra, sim a paz, a Bolívia merece viver em democracia, sem discriminação e nem sob militarização ou refém das ambições da extrema direita.
 

Manágua, Nicarágua, 10 de novembro de 2019.
 

Secretaria operacional CLOC – Via Campesina