Sem Terrinha Sabrina ganha o 1º lugar do Prêmio de Redação e Poesia na Bahia

Com a poesia “Sem Terrinha Valente”, Sabrina concorreu com mais de 1.200 crianças
Sabrina se inspirou em sua vivência na luta Sem Terra / Foto: MST/Bahia

Por Coletivo de Comunicação do MST na Bahia
Da Página do MST

No último dia 28, Sabrina Santos Silva (8), Sem Terrinha, foi a grande campeã da 5ª edição do Concurso para Escritores Escolares de Poesia e Redação, da Diretoria do Livro e da Leitura da Fundação Pedro Calmon, com a poesia “Sem Terrinha Valente”.

Sabrina concorreu com mais de 1.200 crianças, de 232 escolas localizadas em todas as regiões da Bahia.

A Sem Terrinha está no 3º ano do ensino fundamental e estuda na Escola Municipal Castro Alves. A escola está localizada no assentamento Antônio Conselheiro IV, na cidade de Abaré, no Nordeste da Bahia.

A família da pequena Sabrina está no MST há mais de 14 anos.

Durante a premiação, ao ser questionada sobre o que a motivou escrever, a Sabrina disse: “eu só falei do que estou vivendo. Para ser Sem Terra tenho que ser valente”, destacou.

Momento de resistência

Antônio Marcos, integrante da direção estadual do MST pela região Nordeste da Bahia, afirma que esse momento é ímpar e revigorante, “porque o momento que estamos vivendo aqui no Nordeste é de retrocessos”.

Ele explica que o MST na região está sob diversas ameaças de despejos e ter uma criança Sem Terrinha que vive na área de assentamento, recebendo o 1º lugar no concurso “isso sim é resistência”, pontua.

Concurso de Poesia e Redação

O Concurso tem como objetivo estimular a prática da escrita criativa entre crianças e jovens estudantes do Ensino Fundamental I (1º ao 5º ano) e II (6º ao 9º ano), e do Ensino Médio e Médio Técnico por meio da sensibilização, mobilização e premiação de textos em prosa e verso.

Além disso, tem como objetivo promover a integração entre estudantes de escolas das redes de ensino, pública e privada, do Estado da Bahia.

Confira a poesia:

Sem Terrinha Valente

Sou Sem Terrinha e dessa luta não abro mão
Antônio Conselheiro é minha morada
Ergo a bandeira de coração.

Sei da luta dos meus e muitas ainda virão
Na força ou na marra ajudarei essa nação
Luto por terra, saúde e educação
E não adianta dificultar, dos meus direitos não abro mão
Viva Antônio Conselheiro e Abaré linda flor do sertão.