Feira Cícero Guedes une campo e cidade na capital carioca

A feira no Largo da Carioca é considerada patrimônio de interesse social e cultural da população, protegida por Leis municipais do Rio de Janeiro
Neste ano a feira aconteceu entre os dias 9 e 11 de dezembro no Largo da Carioca, centro do Rio de Janeiro. Foto: Coletivo de Comunicação MST-RJ

Por Coletivo de Comunicação MST-RJ
Da Página do MST

Os feirantes e consumidores da décima primeira Feira Estadual da Reforma Agrária Cícero Guedes comemoram com satisfação os resultados com a comercialização dos produtos e a ampliação do diálogo com a sociedade carioca.

A feira, que neste ano aconteceu entre os dias 9 e 11 de dezembro no Largo da Carioca, centro do Rio de Janeiro, é considerada patrimônio de interesse social e cultural da população, protegida por Leis Municipais.

Foto: Coletivo de Comunicação MST-RJ

Cícero Guedes foi homenageado com o nome da feira devido a sua importância na construção coletiva do espaço e na luta pela terra. O produtor Fábio, do assentamento Osvaldo de Oliveira, faz questão de lembrar a persistência e o papel de Cícero para o sucesso da feira. “Essa feira é o que o Cícero fez ao iniciar uma coisa que poderia ser feita por muitas pessoas e a ideia foi abraçada. A gente não esperava perder um companheiro tombado na estrada, mas o legado dele ficou aqui”, lembra Fábio.

A professora Léia Coelho, 61 anos, já participou de outras Feira da Reforma Agrária e também adquire a cada 15 dias a cesta de produtos saudáveis dos assentamentos do MST no espaço do Terra Criola, localizado na rua da Lapa, nº 107, no RJ. Ela comemora a iniciativa dos assentados cariocas e acredita que as feiras deveriam ocorrer com maior frequência.

“A gente procura um alimento, que seja realmente alimento e não um veneno, por conta disso tenho por hábito adquirir produtos na feirinha e também no Terra Criola, pois traz para o Rio produtos de qualidade, que vão preservar a nossa saúde e de nossos filhos”, argumenta a professora.

Funcionário público, Benedito da Silva soube da feira quando passava pelo local. Ele parou para comprar queijo da roça e também recomendou que as famílias assentadas poderiam realizar mais feiras durante o ano para interagir com a população urbana. “Vim ao médico. A feira me chamou atenção porque é uma coisa muito difícil de ver. Poderiam ter mais desses encontros dos agricultores com os grandes centros e apresentação dos seus produtos”, comenta.

Foto: Coletivo de Comunicação MST-RJ

Já a mineira Carla é feirante e acampada na região metropolitana de Minas Gerais. Ela explica como conheceu o Movimento e destaca o papel da feira para dar voz às lutas dos trabalhadores do campo. “Eu entrei no acampamento na minha cidade pra ir conhecendo e acabei ficando. A feira é importante para o MST, por ser uma forma de divulgação e de protesto nesse mundo de hoje. Uma forma de resistência”, ensina.

Participando da Feira Cícero Guedes desde 2000, o produtor de Campos dos Goytacazes João vive no assentamento Zumbi dos Palmares e conta com alegria sua relação com o MST e a tarefa do movimento em incluir todos na luta pela terra, por soberania e na popularização dos conhecimentos.

“O Movimento somos nós, todos os assentados que temos o conhecimento popular e fazemos parte do MST. Este é um movimento social de trabalho, de inclusão e não de exclusão”, finaliza o feirante de 62 anos.