Assentamento comemora 25 anos de luta em São Paulo

Missa, histórias de luta e muita alegria marcam as comemorações

Por Coletivo de Comunicação do MST em SP
Da Página do MST


No dia 22 de dezembro, a Agrovila 6, localizada no assentamento Pirituba, em Itaberá, interior de São Paulo, completou 25 anos de luta. O dia foi marcado por muita mística, celebração e confraternização. Em uma das paredes, uma lona preta carregava a primeira bandeira hasteada na ocupação; fotos estampavam parte dessa memória. Uma história contada por dezenas de famílias Sem Terra em luta.

As comemorações começaram com as famílias lembrando de todos e todas as pessoas que fizeram parte da luta e não estão mais presentes. Também foram homenageadas as pessoas que contribuíram desde o início: apoiadores, assentados e a militância que segue atuando na região.

Uma história contada por dezenas de famílias Sem Terra em luta. Foto: Divulgação MST

Uma missa celebrada pelos padres Cícero e Arlindo rememorou a primeira celebração realizada no início da ocupação. No ofertório, ao invés de pão e vinho, foram oferecidos outros símbolos da luta: sementes que serão cultivadas, frutos produzidos nos quintais e, simbolicamente, as crianças nascidas no assentamento. Em sua homilia, padre Arlindo, que veio de São Paulo para a celebração, falou sobre o sentido do Natal e a necessidade de fortalecer a organização.

“Esse assentamento é um sinal, uma luz. Aqui as pessoas vivem com mais dignidade e onde isso acontece, o Natal já chegou. É preciso confiar mais em nós e não deixar que nos dividam”, explicou o padre.

O dia seguiu com um almoço coletivo e 25 bolos enfeitaram os parabéns. Cantadores e cantadoras da região alegraram a tarde com muita música. E para fechar a festa teve “bailão” com a banda Standby.

Para Luiz Roman, da direção regional do MST e assentado na Agrovila 6, nesses 25 anos de luta, autonomia e liberdade foram as principais conquistas das famílias e isso é preciso celebrar.

“O mais importante aqui foi a conquista da autonomia e da liberdade. Hoje as pessoas têm onde morar e trabalhar sem depender de patrão. A maioria do grupo que veio para cá era de boia-fria; alguns não tinham onde morar. Hoje, todos aqui têm casa, produzem em seus lotes e garantem qualidade de vida para suas famílias. Por isso temos que comemorar, porque sozinhos jamais teríamos conquistado isso tudo que temos hoje. É preciso entender a dimensão da luta, de estar organizado, de saber a importância de estar sob a bandeira de uma organização como o MST”, concluiu Roman.

*Editado por Wesley Lima