Encontro Estadual do MST no Pará reafirma resistência na Amazônia

A situação da Amazônia, a crise ambiental e a violência no campo foram os temas centrais dos debates entre as famílias Sem Terra
Mística realizada durante o Encontro Estadual do MST no Pará. Foto: Carlinhos Luz

Por Setor de Comunicação do Pará
Da Página do MST

Entre os últimos dias 20 a 22 de dezembro, cerca de 250 trabalhadores Sem Terra de diversos acampamentos e assentamentos do Pará, estiveram presentes no 29° Encontro Estadual do MST, no Assentamento Palmares II, município de Parauapebas, região Sudeste Paraense.

Além de debates sobre a conjuntura nacional e internacional, a situação da Amazônia, a crise ambiental e a violência no campo figuraram como temas centrais nas discussões dos Sem Terra, durante o encontro.

“Estamos no estado onde sofremos muitos ataques na questão ambiental e cabem a nós, sujeitos que vivemos na Amazônia, pensar e debater para o próximo período em como será nosso enfrentamento na defesa do território amazônico”, argumenta a dirigente nacional do MST, Poliane Soares.

O Estado do Pará é marcado pela violência contra os trabalhadores no campo e por uma crise ambiental, com grandes áreas desmatadas, incêndios criminosos e expulsão das famílias camponesas de suas áreas. Os dados da Comissão Pastoral da Terra (CPT), publicados no caderno de Conflitos do Campo de 2018, dão conta de que entre os 28 trabalhadores assassinados, 16 ocorreram no Pará.

Foto: Carlinhos Luz

Com a presença de muitos jovens no encontro, o MST demonstra que segue firme na defesa de seus territórios, na luta pela Reforma Agrária Popular, em defesa dos povos da Amazônia, da biodiversidade e floresta.

Conforme Poliane, o espaço também foi fundamental para formação política, renovação das instâncias, balanço das frentes de atuação e planejamento para o próximo período. “Somos um movimento necessário, que forma gente, que debate os aspectos da cultura, da produção, da comunicação, que se preocupa com o sujeito, com a vida e com a continuidade do campesinato amazônico. Saímos de nosso encontro com o compromisso de continuar lutando, nossa palavra de ordem é resistência”, finaliza.

Devido à crise ambiental, com o aumento das queimadas na Amazônia e a liberação massiva de agrotóxicos no país, no próximo período o MST realiza a Campanha Nacional de Reflorestamento, que tem como lema “Plantar árvores, produzir alimentos saudáveis”.

 A campanha visa o plantio de 100 milhões de árvores nativas e frutíferas nos próximos dez anos, além do compromisso em produzir alimentos saudáveis e cuidar dos bens comuns, como a água, a terra, a biodiversidade e os minérios.

Durante o encontro também foi realizada a assembleia dos homens e mulheres, assembleia da juventude e a plenária LGBT Sem Terra, com o debate de temas importantes para vida das famílias camponesas.

O encerramento do encontro ocorreu no Instituto de Agroecologia Latino Americano (IALA) Amazônico, localizado no assentamento, que em 2019 completou dez anos, sendo uma conquista das famílias Sem Terra na região.

*Editado por Solange Engelmann