No Ceará, MST realiza 10ª Semana Pedagógica das escolas de ensino médio do campo

Com o tema “Educação do Campo: Em Defesa do Território, da Escola Pública Camponesa e Popular” a semana pedagógica se propõe a ser um espaço de análise de conjuntura política e educacional
Atividade reúne 300 pessoas para debater a educação do campo / Foto: Aline Oliveira

Por Aline Oliveira

De 27 a 31 de janeiro acontece a 10ª Semana Pedagógica das escolas de ensino médio do campo dos assentamentos de Reforma Agrária do Estado do Ceará. A atividade acontece na escola Filha da Luta Patativa do Assaré, localizada no assentamento Santana da Cal, em Canindé (CE), com a participação de 300 pessoas, entre educadores/as, educandos/as, gestores, técnicos da Secretaria de Educação, representantes das Coordenadorias Regionais de Desenvolvimento da Educação (CREDES) e militantes do MST.

A semana pedagógica é uma realização do Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra (MST) com o apoio da Secretaria de Educação do Estado do Ceará através da Coordenadoria da Diversidade e Inclusão Educacional.

Com o tema “Educação do Campo: Em Defesa do Território, da Escola Pública Camponesa e Popular” a semana pedagógica se propõe a ser um espaço de análise de conjuntura política e educacional, fortalecimento da identidade camponesa e dos vínculos com os movimentos populares.

Atividade faz um balanço dos avanços e desafios da educação no campo / Foto: Aline Oliveira

Durante a semana são trabalhados temas ligados à conjuntura política, agrária e educacional, avaliação das ações desenvolvidas durante 2019, com seus avanços e limites, e o planejamento para 2020. Além de oficinas de comunicação, Organização do Trabalho e Técnicas Produtivas, Prática Social Comunitária, entre outras.

“As semanas pedagógicas são uma importante conquista para o fortalecimento das praticas pedagógicas, principalmente considerando um momento que estamos vivendo na luta de classe no Brasil com o desmonte da educação pública, então essa semana é momento de reafirmar nosso compromisso com o projeto educativo da classe trabalhadora, fortalecer os vínculos com a agroecologia e com a Reforma Agrária Popular”, afirma Maria de Jesus dos Santos, dirigente do MST.

Nacélio Santos, educador na Escola do Campo José Fideles, destaca a importância da realização da semana pedagógica para os processos de formação da consciência, tendo como foco uma maior inserção nos processos organizativos da escola. “É um espaço de planejarmos as ações do ano letivo, as lutas conjuntas em defesa da educação pública camponesa e popular, é um ótimo espaço de confraternizar, trocar experiências e dar continuidade à essa luta cotidiana que é a implementação da educação do e no campo”.

Atividade contou com representantes de todo o estado do Ceará / Foto: Aline Oliveira

As escolas do campo de ensino médio no Ceará

Atualmente o Ceará conta com 10 escolas do campo funcionado em assentamentos da Reforma Agrária: a escola João dos Santos de Oliveira, no assentamento 25 de Maio, na cidade de Madalena; a Florestan Fernandes, no assentamento Santana, em Monsenhor Tabosa; a Nazaré Flor, no assentamento Maceió, em Itapipoca; a Francisco Barros, no assentamento Lagoa do Mineiro, em Itarema; a José Fideles, no assentamento Bonfim Conceição, em Santana do Acaraú; a Francisca Pinto, no assentamento Antônio Conselheiro, em Ocara; a Patativa do Assaré, no assentamento Santana da Cal, em Canindé; a Padre José Augusto, no assentamento Pedra e Cal, em Jaguaretama; a Paulo Freire, no assentamento Salão, em Mombaça; e a mais recente conquista, a escola do Irmão Tereza, no assentamento Nova Canaã, em Quixeramobim, que iniciará os trabalhos nas próximas semanas.

*Editado por Yuri Simeon