Durante Encontro Estadual, trabalhadores Sem Terra discutem os desafios da Reforma Agrária Popular

Militante do MST reforça a necessidade de construir lutas

Por Kellyto Trindade
Da Página do MST

Em Rondônia, durante o 30º Encontro Estadual do MST, que acontece desde a última sexta-feira (14), mais de 200 trabalhadores e trabalhadoras Sem Terra debatem os principais desafios para construção da Reforma Agrária Popular no estado.

Para mediar essa discussão, neste sábado (15), o Encontro, que acontece no acampamento Che Guevara, em Alto Alegre dos Parecis, contou com a participação do militante Claudinho, do MST, que colocou em pauta a importância de retomar e fortalecer a organicidade e a luta das famílias acampadas para a conquista de assentamentos.

Além disso, reforçou a necessidade de construir lutas para que seja possível consolidar outras conquistas importantes, como educação, acesso a cultura, a moradia e etc.

Para isso, Claudinho retomou alguns elementos da história do Brasil, com base na questão agrária brasileira, e trouxe para a mesa o caráter histórico da estrutura fundiária, desde o período das sesmarias, que foi a primeira forma de divisão de terras, estruturada pela lógica do latifúndio e do monocultivo.

A luta do acampamento Che Guevara

O acampamento Che Guevara, que recebe o Encontro Estadual do MST em Rondônia, é um exemplo de luta pela Reforma Agrária Popular.

A área tem mais de 20 anos e as famílias não receberam documentação para sua legalização enquanto assentamento de Reforma Agrária. A famílias já produzem em 1 milhão de pés de café, roças de milho e também grande quantidade de produção de feijão.

No último levantamento feito pelas próprias famílias assentadas foram comercializadas cerca de 4,5 mil sacas de feijão, 10 mil sacas de milho, alta proporção da colheita do café, entre outros. Além disso, na área tem se desenvolvido um processo de beneficiamento da produção de café.

Hoje, as famílias possuem a demanda de construir uma forma de comercialização de seus alimentos, principalmente do café, já que partes de seus produtos são vendidos em cinco cerealistas locais e boa parte da produção é dirigida ao Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), que contribui com parte da alimentação do município de Alto Alegre dos Parecis.

Despejo não!


Desde 2005, o acampamento vem enfrentando ameaças de despejo e hoje passa por um processo de negociação direto com os antigos herdeiros da fazenda, já que os órgãos responsáveis não tomaram nenhuma decisão de regularizar a área.

*Editado por Wesley Lima