Assentamento do MST no Nordeste da Bahia conquista luz elétrica e poço artesiano

Esta é uma importante vitória para as famílias Sem Terra que durante seis anos tiveram que viver e produzir sem acesso à água e à rede elétrica
Poço artesiano e rede elétrica melhorarão a qualidade de vida das famílias assentadas/ Foto: Coletivo de Comunicação do MST na Bahia

Por Coletivo de Comunicação do MST na Bahia
Da Página do MST

Por seis anos, no assentamento Bela Vista 03, em Tucano, Nordeste da Bahia, cada família tinha que comprar por mês um caminhão pipa de água. Era a forma de garantir água para todos os afazeres domésticos, a criação de animais e a plantação. Cada caminhão custa pelo menos 150 reais e nem todas as famílias podiam pagar. Era comum as famílias dividirem a água com quem não tinha condições.

Em janeiro deste ano, após anos de luta, o assentamento ocupado em maio de 2014 foi atendido pelo programa Luz Para Todos – criado pelo governo Lula. No mesmo mês, o assentamento recebeu um poço artesiano, trazendo água para toda as famílias da área.

As mais de 40 famílias que residem na área tiveram que viver e produzir durante todos esses anos sem água ou energia elétrica. Além de impor uma condição de vida muito precária, isso também impossibilitava o crescimento da produção.

O assentando Pedro Dantas descreve a importância desta vitória para as famílias. “As conquistas que acabamos de receber traduzem nossa luta. Receber energia e água nos dá uma nova perspectiva de trabalho e de luta. Agora podemos produzir com a tranquilidade de que não vai faltar água, podemos potencializar nossa produção e ter a certeza que nossas criações não iram morrer de sede”.

De acordo com Irenilda Batista, do coletivo LGBT Sem Terra na Bahia, “por morarmos no semiárido, em uma região muito seca, só temos chuvas em dois períodos que são no inverno e nas trovoadas. E a água nem sempre chega como esperamos”.

“Este poço é de suma importância para todas as famílias do assentamento,  com a chegada da água poderemos dar andamento nos quintais produtivos e dar início a nossa horta comunitária, um sonho a ser realizado e que foi idealizado em 2014. Além disso, nos tira a necessidade de todos os meses termos que comprar água para nosso consumo e dos nossos animais”, conclui.

Segundo as famílias, elas continuarão a lutar, pois ainda há um longo caminho até que todos os sonhos da comunidade se realizem.

*Editado por Yuri Simeon