MST protesta no Itesp em defesa da Reforma Agrária, no Pontal do Paranapanema (SP)

Famílias exigiram agilidade no processo de reforma agrária na região com a arrecadação de novas áreas e políticas públicas para os assentamentos
Foto: Setor de Comunicação do MST em São Paulo

Por Setor de Comunicação do MST em São Paulo
Da Página do MST

Na manhã desta segunda-feira (9), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra do Pontal do Paranapanema, no Extremo Oeste do estado de São Paulo, mobilizou os assentamentos da região para discutir o tema das terras devolutas e da democracia. Em caráter de protesto, cerca de 30 famílias assentadas da região foram para o escritório do Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp) para exigir agilidade no processo de reforma agrária na região com a arrecadação de novas áreas e políticas públicas para os assentamentos.

As famílias reafirmaram que o MST é contra a Lei nº 16.514 (de 1 setembro de 2017) que tramita na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo
(ALESP) e que prevê a regularização fundiária de quase 450 mil hectares de terras griladas na região. Se essa quantidade de terras fosse destinada para a reforma agrária, poderiam ser assentadas milhares de famílias Sem Terra e trabalhadoras e trabalhadores que sofrem com o desemprego e condições de precárias de vida nas cidades, inclusive o assentamento imediato das 50 famílias que estão acampadas na região.

Foto: Setor de Comunicação do MST em São Paulo

Para os assentamentos, as famílias exigem que o governo aplique as políticas públicas para desenvolvimento e produção e que também retome programas de incentivo para a produção de alimentos, como por exemplo o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), dentro outros. As famílias também denunciam o descaso do governo com relação a assistência técnica. Assentamentos com mais de três anos de implementação que ainda não acessaram o Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) Linha A e nenhum outro tipo de crédito para produção. O MST também denuncia a forma irresponsável com que o governo fomenta o tema da titularidade dos lotes de reforma agrária. Para o Movimento, tratar desse tema sem antes discutir a situação de abandono da reforma agrária e das políticas públicas é iludir as famílias.

A luta de hoje também se soma a realização do 1° Encontro Nacional de Mulheres Sem Terra que está acontecendo desde o dia 05 em Brasília, reunindo mais de 3.500 mulheres lutadoras de todo o país.

As famílias Sem Terra convocam toda a sociedade para defender a democracia, denunciar o desmonte da reforma agrária e o fascismo do governo de Jair Bolsonaro, que com seu pacote de decretos retira direitos essências a cada dia. As trabalhadoras e trabalhadores seguem em luta, em defesa da vida e da reforma agrária para a produção de alimentos saudáveis.