Agricultores do MST e MPA continuam ocupando pátio do Incra em Porto Alegre

Retomada da Reforma Agrária e ações em socorro aos efeitos da estiagem compõem a pauta de reivindicações
Foto: Leandro Molina

Por Marcos Corbari
Do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA)

Os cerca de 700 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) ocupam desde a manhã de segunda-feira (9) o pátio do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Porto Alegre, resistindo às pressões e reafirmando sua pauta de reivindicações.

A retomada da reforma agrária e dos programas de infraestrutura e investimento nos assentamentos já consolidados estão entre os pontos apresentados, assim como a retomada da assistência técnica, a manutenção do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera).

Já no que se refere à seca, os agricultores e agricultoras apresentam uma série de pontos emergenciais para os governos estadual e federal para que se possa ao menos minimizar os efeitos do fenômeno que está arrasando a produção dos pequenos, garantindo sua subsistência e manutenção no campo.

Ainda na manhã de segunda representantes dos dois movimentos foram recebidos pelo chefe de gabinete do Incra no Rio Grande do Sul, Cláudio Moreira, e a superintendente substituta, Raquel May Chula. Eles entregaram a pauta de reivindicações e obtiveram como resposta o comprometimento de que seria encaminhado ao superintendente regional, Tarso Teixeira, e à superintendência em Brasília.

Já em relação ao governo do estado, se conseguiu firmar agenda com o Secretário Chefe da Casa Civil, Otomar Vivian, para as 15 horas desta terça-feira (10), com objetivo de debater a pauta da seca. Conforme relataram os representantes dos agricultores, a expectativa é que, diante da gravidade da situação, o governo comece a anunciar algumas medidas.

Outro ponto em debate são os números das perdas na agricultura, que segundo os agricultores são muito mais graves do que preveem as estimativas que vem sendo apresentadas pelo grupo de trabalho conduzido pela Secretaria de Agricultura do estado e a Emater. Espera-se também para hoje que esses dados sejam revistos e atualizados.

Enquanto não tiverem resposta, os agricultores seguem acampados no pátio do Incra.

*Editado por Yuri Simeon