Brincar, ler e tirar fruta do pé: a quarentena das crianças do assentamento Eli Vive, no Paraná

Nestes dias em que já não é preciso acordar cedinho para ir à escola, pois as aulas estão suspensas. Ah mas, a saudade dos amiguinhos, dos professores… E o que fazer o dia todo?
Seguindo as orientações de isolamento da OMS, no assentamento as crianças colhem os frutos da produção de alimentos saudáveis (Arquivo MST-PR)

Por Jovana Cestille, moradora do assentamento Eli Vive e produtora agroecológica

No assentamento Eli Vive, em Londrina, Norte do Paraná, felizmente as crianças não têm apenas a varanda do apartamento para brincar, como muitas crianças que moram na cidade. Aliás, muitas crianças não têm nem saneamento básico, que dirá uma varanda.

Na nossa comunidade, assim como em todos os acampamentos e assentamentos rurais, as crianças correm, pulam, brincam nos quintais espaçosos, andam de bicicleta. Também sobem nas árvores, para brincar ou para colher e comer o fruto fresquinho. Claro, cada uma no seu lote, seguindo as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Na hora de irrigar as plantinhas é uma diversão. Assim o tempo passa e as crianças se divertem e aprendem 

Como muitos adultos, os pequenos também tiram um tempinho para a leitura daquele livro de historinhas ou de um gibi. Nas horas mais frescas do dia, ajudam os pais nas atividades da horta, da agrofloresta, contam quantas mudinhas foram plantadas, e assim se recordam das lições de matemática. Criança também adora brincar com água, assim na hora de irrigar as plantinhas é uma diversão. E dessa forma o tempo vai passando, e as crianças se divertindo e aprendendo, ao mesmo tempo. 

As crianças correm, pulam, brincam, andam de bicicleta e colhem frutos fresquinhos das árvores – a diversão é garantida!

Uma das lições destes tempos de quarentena é que no campo seguimos as orientações de isolamento, porém, sem deixar de produzir alimentos saudáveis que serão entregues para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). Assim, nossa produção chega para as famílias cadastradas em programas sociais e para as crianças que mais precisam nas cidades.  

Edição: Solange Engelmann