Ações de solidariedade e atos online marcam o 1º de maio em todo Brasil

Só o MST doou 46 toneladas de alimentos saudáveis e mais de 4,5 mil marmitas solidárias
Doação de marmitas em Minas Gerais. Foto Luana Borges e Mari Rocha

Por Wesley Lima
Da Página do MST

Nas primeiras horas desta sexta-feira, 1º de maio, Dia Internacional da Trabalhadora e do Trabalhador, ações de solidariedade e luta nas cinco regiões do país deram o tom do que seria essa data histórica, que é marcada principalmente pela resistência da classe trabalhadora frente a super exploração e a retirada de direitos.

As ações foram puxadas pelas centrais sindicais em uma ampla articulação com as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, que são compostas por um conjunto de organizações populares, partidos de esquerda e movimentos, entre eles, o MST.

Confira a explicação de João Pedro Stedile, da coordenação nacional do MST, sobre o 1º de maio aqui.

Só o MST doou 46 toneladas de alimentos saudáveis, cestas básicas com produtos da Reforma Agrária e materiais de higiene pessoal. Além disso, 4,5 mil marmitas solidárias foram entregues pelo Armazém do Campo em quatro lojas: Pernambuco, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Doação de alimentos em Tocantins. Foto Divulgação MST

Atos online também foram realizados durante todo o dia. Pela manhã estados como São Paulo, Minas Gerais, Bahia e Rio de Janeiro realizaram online debates e atividades com artistas diversos. No período da tarde, um grande Ato Virtual do 1º de Maio contou com a participação de artistas e lideranças políticas.

Durante o Ato Virtual, Gilmar Mauro, da coordenação nacional do MST, reforçou o papel e a importância da classe trabalhadora na produção de toda a riqueza brasileira, convocando cada trabalhadora e trabalhador a combater o Covid-19 e os ataques do governo Bolsonaro.

“Nós estamos vivendo um momento em que a crise do capital mostra as suas mais profundas vísceras, em que os burgueses conclamam a classe trabalhadora a ir trabalhar. Eles só demonstram que quem produz as riquezas, de uma empadinha a um avião mais moderno, são as classes trabalhadoras. Se somos nós que produzimos todas as riquezas, nós podemos destruir aquilo que não nos serve, inclusive, eliminar os parasitas burgueses”, afirmou.

Um 1º de maio diferente, mas igualmente de luta

Cesta de produtos doados no Norte da Bahia. Foto: Coletivo de Comunicação do MST na Bahia

Diferente dos anos anteriores, 2020 nos apresenta um cenário ainda mais desigual para os trabalhadores e trabalhadoras do mundo. A pandemia do coronavírus evidenciou o que as organizações populares já denunciavam desde o golpe de 2016 no Brasil: todos perdem com a retirada dos direitos trabalhistas.

O ex-presidente Lula, ao analisar o atual momento político e a crise sanitária provocada pelo Covid-19, em uma mensagem para o povo brasileiro, pontuou que as grandes tragédias revelam o verdadeiro caráter das pessoas e das coisas.

“A pandemia deixou o capitalismo nu. Foram necessários trezentos mil cadáveres para a humanidade ver uma verdade que nós, trabalhadores, conhecemos desde o dia que nascemos. A tragédia do Coronavírus expôs à luz do sol uma verdade inquestionável: o que sustenta o capitalismo não é o capital.”

“O Brasil sempre foi uma terra de esperanças. Apesar das extremas dificuldades, nós que nascemos e vivemos aqui soubemos enfrentá-las e soubemos nos reinventar para crescer. O ódio e a ignorância se alimentam um do outro e são o oposto do que vai na alma brasileira. Como brasileiro, tenho a certeza que sairemos desta tragédia para um mundo melhor, para um Brasil melhor.”

Para ele é em plena “tempestade”, que os brasileiros revelam o que são: “generosos, tolerantes, solidários” e continua: “é com esse espírito, essa alegria e essa criatividade que estamos todos lutando para sair das trevas e fazer chegar, o mais depressa possível, o amanhecer da justiça social, da igualdade e da liberdade”, enfatizou o ex-presidente.

Acompanhe na íntegra a fala de Lula aqui.

*Editado por Iris Pacheco