Sobre ser mães LGBT Sem Terra

Mariana e Daiane compartilham a luta através do trabalho, da produção de alimentos saudáveis e do cuidado com o pequeno Pedro
Daiane (da esquerda) e Mariana (da direita) com o pequeno Pedro no assentamento 25 de Julho. Foto: Rafael Stedile

Por Coletivo de Comunicação do MST em Santa Catarina
Da Página do MST

Ao comemorar o Dia das Mães precisamos falar de amor e respeito. Precisamos falar das várias formas de cuidar e formar famílias. Uma delas encontra-se em Catanduvas (SC), no assentamento 25 de Julho onde vivem Mariana Arante (35), Daiane Paz (33) e Pedro Paz Arante, um Sem Terrinha de cinco anos.

Mariana e Daiane são educadoras, formadas em geografia. Ao longo da relação de afeto e cuidado criado entre elas cresceu o desejo de terem um filho. Daiane conta que o desejo de serem mães foi amadurecendo ao longo do relacionamento e do tempo.

“Buscamos algumas formas de realização deste desejo, economizamos por anos e, por fim, encontramos uma clínica em que podíamos pagar pelo procedimento”, explica Daiane.

Pedro foi gerado pela mãe Daiane, com material genético de doador anônimo.

Pedro plantando uma árvore no assentamento. Foto: Arquivo pessoal

Mariana e Daiane compartilham juntas a luta pela Reforma Agrária Popular através do trabalho no assentamento, da produção de alimentos saudáveis e do cuidado com o pequeno Pedro. Elas afirmam que o processo educativo construído com o Pedro tem como base o amor e o respeito sempre.

Questionada sobre ser mãe LGBT Sem Terra, Mariana responde que é um aprendizado contínuo. “A principal questão para nós é educá-lo [o Pedro] nos princípios humanistas e socialistas do MST, esclarecendo sempre que existem vários tipos de família, que o preconceito (de qualquer tipo) é um grande problema que não podemos reproduzir. Tentamos sempre deixar claro que a família dele é legítima, pois tem amor”, finaliza.

*Editado por Wesley Lima