MST doa alimentos saudáveis em rodoviária de Brasília

Ação aconteceu nesta terça-feira (14) na rodoviária do Plano Piloto, no Distrito Federal

Para Sandra Cantanhede, da direção nacional do MST, a doação buscou se solidarizar com a classe trabalhadora neste período de pandemia. Foto: Janelson Ferreira

Por Janelson Ferreira
Da Página do MST

Na manhã desta terça (14), o MST no Distrito Federal e entorno realizou a doação de centenas de cestas de alimentos saudáveis na rodoviária do Plano Piloto, em Brasília-DF. A ação ocorreu no mesmo dia em que mais de mil organizações protocolaram o pedido de impeachment contra Jair Bolsonaro.

A doação foi realizada a partir da produção de diversos territórios, entre assentamentos e acampamentos, do MST no Distrito Federal. Além de fazer a entrega dos alimentos, militantes Sem Terra conversavam com a população que passava pela rodoviária sobre as razões para o pedido de impedimento do presidente.

Para Sandra Cantanhede, da direção nacional do MST, a doação buscou se solidarizar com a classe trabalhadora neste período de pandemia, mas também denunciar o desgoverno de Bolsonaro. “Lutamos pelo Fora Bolsonaro porque, entre suas diversas medidas contra o povo, ele está acabando com a reforma agrária e a agricultura familiar, que são os reais responsáveis por colocar comida na mesa do brasileiro e da brasileira, principalmente neste momento de pandemia”, afirma a dirigente.

De acordo com Cantanhede, o MST apresentou recentemente o Plano Emergencial que apresenta a Reforma Agrária Popular como medida urgente e concreta para os problemas que o país tem enfrentado com a crise do coronavírus. “Um dos pontos que está no plano emergencial é a retomada das políticas públicas de compra direta dos alimentos produzidos por nós, como o PAA – Programa de Aquisição de Alimentos – e o PNAE – Programa Nacional de Alimentação Escolar”, destaca a Sem Terra. “Mas nenhuma destas medidas tem efeito se não nos for garantido o acesso à terra por meio da desapropriação dos latifúndios improdutivos”, finaliza.

Casos de covid-19 dispara no DF, mas governador busca flexibilização


Até esta terça (14), 880 pessoas já morreram por Covid-19 no Distrito Federal e os casos confirmados passam de 73 mil mortes em todo o país. A localidade enfrenta nos últimos dias o pico do contágio pelo coronavírus, com mortes noticiadas principalmente na periferia. Ceilândia é a região administrativa que mais registrou casos.

Foto: Janelson Ferreira

No entanto, o cenário não foi suficiente para impedir que o governador Ibaneis Rocha (DEM) decretasse a flexibilização das medidas sanitárias de combate ao vírus. Nesta terça, cultos, missas e rituais de qualquer religião passaram a ser considerados atividades essenciais por uma publicação no Diário Oficinal, assinada por Rocha, e, por isto, estão autorizados a abrirem para o público. O governador, que vem seguindo o discurso e prática de Jair Bolsonaro, vai abrir bares e restaurantes a partir desta quarta (15). Já as escolas voltarão a funcionar a partir do dia 3 de agosto, apesar de diversos posicionamentos contrários às medidas.

Doação se soma à campanha “Fora Bolsonaro”


Enquanto na rodoviária do Plano Piloto Sem Terras distribuíam alimentos saudáveis para a classe trabalhadora, ali próximo, no Congresso Federal, mais de mil organizações realizavam um ato para protocolar um pedido de impeachment de Jair Bolsonaro. A iniciativa faz parte da campanha “Fora Bolsonaro”, que articula movimentos populares, organizações sindicais, partidos políticos, entidades religiosas e setores da sociedade civil em torno da construção de um grande movimento da sociedade pelo afastamento do presidente.

A denúncia demonstra, em 141 páginas, que Jair Bolsonaro cometeu graves crimes de responsabilidade, por meio de atos que irradiaram vícios e desvios em praticamente todas as áreas de seu governo e que o impeachment é o caminho jurídico e político para a reconstrução nacional.

*Editado por Fernanda Alcântara