MST doa 6 toneladas de alimentos a povos indígenas de Alagoas

Doações dos acampamentos e assentamentos da Reforma Agrária de Alagoas são distribuídas em aldeias Pankariri e Kariri-Xocó
Cerca de 6 toneladas de alimentos da Reforma Agrária foram doads aos povos indígenas Pankariri e Kariri Xocó, na região agreste de Alagoas. Foto: Vinícius Braga

Por Vinícius Braga
Da Página do MST

Durante a manhã de sexta-feira (17), camponeses e camponesas de diversas áreas da Reforma Agraria Popular distribuíram cerca de seis toneladas de alimentos aos povos indígenas Pankariri e Kariri Xocó, no município de Porto Real do Colégio, região agreste do estado de Alagoas. De acordo com Débora Nunes, da coordenação nacional do MST, a doação compõe mais uma
ação de solidariedade do Movimento durante a quarentena e reforça a importância da sua realização no momento atual. “É importante reforçar a solidariedade, sobretudo nesse tempo de pandemia, onde o governo lança-se em ofensiva contra os trabalhadores e trabalhadoras, contra os direitos dos povos indígenas, quilombolas e sem terra”, explica.

Segundo Débora, as doações que o MST vem realizando durante a pandemia provada pela COVID-19 vão no caminho oposto daquilo que é realizado pelo governo, que age pela destruição dos povos. “Estamos fazendo o caminho inverso, por que nós temos a compreensão e a clareza que a solidariedade pode salvar o mundo. É a organização, a força e a luta da classe trabalhadora de forma geral, e dos povos do campo e da cidade” comenta.

A doação foi realizada a partir da produção de diversos territórios, entre assentamentos e acampamentos do MST no estado de Alagoas. Esta é a primeira vez durante a quarentena que as doações ocorreram em territórios indígenas. Também já foram realizadas anteriormente
doações no Alto Sertão, à famílias desabrigadas vítimas da enchente do rio, além de doações em diversos bairros na periferia da capital, Maceió.

Ainda de acordo com Débora, reforçar a solidariedade com os povos indígenas é muito importante e constrói uma relação entre povos que são diariamente privados de direitos. “Assim como a uma ofensiva sobre os Sem Terras, também existe uma ofensiva sobre os povos indígenas, com o não reconhecimento e a não demarcação de terras e territórios indígenas. Por isso que, mais uma vez, estamos em ação de solidariedade partilhando pelo fruto da luta pela terra, daquilo que nós conquistamos” reforça ela.

*Editado por Luciana G. Console