Assentamento Contestado, na Lapa (PR), partilha quatro toneladas de alimentos

Ação faz parte da campanha nacional de solidariedade do MST para o enfrentamento da fome na pandemia
Doação de alimentos da Reforma Agrária no Paraná. Foto: Wellington Lenon/MST-PR

Por Setor de Comunicação e Cultura do MST-PR 
Da Página do MST

Na última sexta-feira (31), famílias moradoras dos bairros Olaria e São Lucas, da cidade da Lapa, região metropolitana de Curitiba (PR), receberam aproximadamente quatro toneladas de alimentos da Reforma Agrária. A diversidade de produtos veio direto das plantações de agricultores e agricultoras do assentamento Contestado. Foram distribuídas cerca  de 100 sacolas de alimentos saudáveis para cada um dos bairros.

A coordenadora da Pastoral da Partilha e do Grupo da comunidade Estação do bairro Olaria, Rosana Silva Santos, ressaltou a importância da doação de alimentos num momento tão particular como o atual. Segundo ela, ações de solidariedade como essa reforçam a importância de ajudarmos uns aos outros. “Essas doações vão fazer muita diferença para as famílias, porque muita delas não tem alimentos saudáveis em casa”.

Rosana, que mensalmente faz arrecadação de alimentos para doação de cestas, afirmou que os alimentos vindos dos camponeses e da agricultura familiar, proporcionam alimentação saudável a quem não tem acesso a esse tipo de comida. “Muitas dessas famílias não têm condição de comprar frutas e verduras e por isso a comida saudável não fazer parte da alimentação diária delas”, afirmou a coordenadora.

Amandha da Silva Felix, dirigente estadual da Escola Latina Americana de Agroecologia, do Assentamento Contestado, acompanhou a entrega das cestas no Bairro São Lucas e lembrou que, até o momento, já foram mais de 350 toneladas de alimentos no estado produzidos pelas famílias de agricultores do Assentamento Contestado. “São ações como essas que mostram que a Reforma Agrária Popular é uma solução para acabar com a fome do nosso país”, ressaltou ela.

Doações de alimentos em Curitiba e Araucária

No sábado (1), a doação de alimentos vindos do Assentamento Contestado aconteceu em parceria com o Sindicato dos Petroleiros do Paraná e Santa Catarina (Sindipetro-PR/SC) em Curitiba e Araucária. No período da manhã, a ação ocorreu no Jardim Santos Andrade, bairro Campo Comprido, e na Vila Formosa, no Novo Mundo, onde cinco associações de moradores atuam de forma conjunta para criar cozinhas comunitárias. No período da tarde, a doação aconteceu em Araucária, nas Vilas Santa Cruz e Portelinha, no bairro Vila Nova. 

As doações de alimentos vem de assentamentos e acampamentos do MST e contaram com a participação e apoio da refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar) que juntos distribuíram 400 cargas de gás de cozinha, adquiridas por meio de uma campanha dos petroleiros, e 15 toneladas de alimentos frescos, doados também por camponeses e camponesas da Reforma Agrária de cinco municípios e por produtores familiares de São José dos Pinhais. 

Partilha de alimentos da Reforma Agrária

Desde o início do ano, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) coordena doações nacionais de alimentos saudáveis das diversas famílias assentadas. O objetivo é contribuir de forma imediata para o enfrentamento à fome em tempo da pandemia da COVID-19, que afetou diretamente a parcela da população brasileira que já vivia em condições mais precárias. Em todo o Brasil, assentamentos e acampamentos doaram cerca de 2.500 toneladas de alimentos. 

No Paraná, as partilhas chegaram a 355 toneladas de alimentos no último fim de semana. Além da doação dos alimentos in natura, cerca de 9.500 marmitas foram produzidas e distribuídas pelo Movimento em parceria com outras organizações, em Curitiba. Também foram doadas aproximadamente 600 máscaras de tecido produzidas por mulheres do MST. 

*Editado por Luciana G. Console