No Ceará, juventude Sem Terra doa alimentos nas periferias de Fortaleza

Os produtos oriundos das áreas de Reforma Agrária foram entregues em espaços que atendem famílias carentes de Fortaleza

Por Aline Oliveira MST/CE

Na manhã de ontem (15) o MST realizou a doação de seis toneladas de alimentos a famílias carentes de Fortaleza. Os produtos são oriundos diretamente de assentamentos e acampamentos de Reforma Agrária de todo estado.

As doações, que continham produtos como mamão, banana, melancia, macaxeira, limão, jerimum, batata, farinha, feijão, entre outros, foram entregues em espaços que atendem famílias carentes das periferias de Fortaleza, como a Pastoral de Migrantes e Refugiados, Indígenas, ONG ConVida, Coletivo Arte de Amar, Centro Pastoral Maria Mãe da Igreja, Lar Amigos de Jesus e a comunidade do Lagamar.

Lema da Jornada da Juventude de 2020. Foto: Aline Oliveira

A ação de solidariedade faz parte da programação da XI Jornada Nacional da Juventude Sem Terra, que esse ano tem como lema “Juventude em Luta: Pela Vida e Por Direitos”. A jornada acontece sempre no mês de agosto de cada ano, com diversas atividades culturais, de formação, mobilizações e lutas, esse ano por conta da pandemia está acontecendo de forma diferente.

No Ceará a Jornada se iniciou no sábado, dia 08, com uma live nas redes sociais e na rede de rádios comunitárias do MST no estado. Muitas ações têm sido desenvolvidas desde então, a exemplo da construção de viveiros, plantio de árvores, distribuição de máscaras, atos em defesa da educação e contra o retorno das aulas presenciais e ações nas redes e nas ruas exigindo o Fora Bolsonaro.

De acordo com Luz Marin, da Direção Estadual do Coletivo de Juventude, as ações de solidariedade movimentou todos os territórios e mobilizou os camponeses e camponesas assentados/as e acampados/as da Reforma Agrária para doação de alimentos produzidos em terras conquistadas através da luta e resistência. “Conseguimos arrecadar seis toneladas de alimentos que chegará à mesa de famílias carentes. Compreendendo o momento que estamos vivendo de pandemia, entendemos que é necessário fortalecer cada vez mais essa relação da juventude na produção, mas também nessa relação campo e cidade, como diz a palavra de ordem ‘Se o campo não planta, a cidade não janta’, e mais uma vez o MST se mobiliza para garantir seu papel de camponês, que é alimentar o povo brasileiro.”

Juventude Sem Terra nas ações de solidariedade. Foto: Aline Oliveira

Leticia Feitosa, estagiária do Projeto Aqui tem Sinal de Vida, da Barra do Ceará, agradece às famílias camponesas as doações de alimentos nesse momento de tanta dificuldade. “As cestas de alimentos que chegam nesse momento de pandemia tem sido muito importante, porque aqui na Barra do Ceará a maioria das pessoas foram afetadas pelo desemprego. Estes alimentos vão ajudar essas famílias e vai dar uma nova esperança. Eu quero agradecer a todas as famílias do MST que doaram  e contribuíram para manter a periferia viva, fortalecendo assim a relação do campo com a cidade.”

Durante os sete dias de mobilização e trabalho nas diversas ações da Jornada da Juventude, foram plantadas 1500 mudas de árvores frutíferas, doadas 5 mil máscaras, 6 toneladas de alimentos e diversas faixas e lambes embelezando os espaços coletivos dos assentamentos.

*Editado por Maria Silva