Solidariedade e #ForaBolsonaro marcam Jornada da Juventude na Regional Amazônica

A Jornada da Juventude Sem Terra foi realizada entre os dias 10 e 21 de agosto

Manifestações contra o governo federal na Jornada da Juventude Sem Terra. Foto: Comunicação MST/Região Amazônica

Por Reynaldo Costa
Da Página do MST

Debates, estudos, manifestações contra o governo federal e ações de solidariedade marcaram a Jornada da Juventude Sem Terra nos estados do Pará, Maranhão, Tocantins e Roraima, onde o MST está organizado representando a Região Amazônica.

“Solidariedade tem o nome de Reforma Agrária Popular”. Em todos os estados onde o MST está organizado, a Juventude Sem Terra deixou um rastro de solidariedade e de esperança. “Comida de verdade” foram distribuídas a populações pobres das periferias das cidades.

No Maranhão, o destaque foram as doações de alimentos para a comunidade do Piquiá de Baixo, em Açailândia, população atingida a mais de três décadas pela poluição provocada pelas Siderúrgicas em volta da comunidade.

Em Roraima, as ações de solidariedades foram contra os despejos que estão acontecendo na capital contra imigrantes e refugiados, principalmente indígenas venezuelanos. Além do MST, cerca de outras 100 entidades assinaram uma nota de repúdio contra a política de despejo e cobrando ações humanitárias.

Fora Bolsonaro

Também foi emplacado pela jornada o “#ForaBolsonaro”, onde nos quatros estados a indignação se fez presente frente aos desmontes que o atual governo vem provocando no Estado brasileiro, além do visível descaso ao não ter respostas contundentes contra a pandemia do novo coronavírus.

Ainda foram promovidos debates sobre a atual conjuntura, onde se observou o avanço de ações fascistas contra negros, mulheres e LGBTs, o que levou a Juventude do MST a levantar sua voz e promover ações de protestos contra Bolsonaro com pichações políticas, colagens de cartazes, faixas e lambes, entre outras formas de intervenções, principalmente em Roraima e no Maranhão.

Compromisso com a vida no planeta

Plantios de árvores já começaram a ser realizados em todo o país. Foto: Pollyana Dias

Desde o ano passado o Movimento Sem Terra vem construindo bases de uma grande campanha de reflorestamento por todo o território brasileiro. Com o objetivo de fortalecer esta campanha, a Juventude Sem Terra se engajou por inteiro nesta ideia. Plantios de árvores já começaram a ser realizados nos quatro estados.

Foto: Pollyana Dias

No Maranhão, em Açailândia, os assentamentos João do Vale, Califórnia e Nova Conquista realizaram plantios de árvores em áreas comunitárias. Em Itinga do Maranhão, as famílias do acampamento Marielle Franco intensificam a produção de mudas de árvores nativas e frutíferas, o viveiro coordenado pela Juventude da comunidade tem o objetivo de manter vivo as matas na região que são muito devastadas pelo agronegócio através do cultivo de eucaliptos e de soja.

Leandro Diniz, do Coletivo Nacional de Juventude do MST, afirma que esta é a 11ª edição em que a juventude do MST realiza ações simultâneas e unitárias em vários estados e que teve o lema “Juventude em Luta, pela Vida e por Direitos”. Ele defende que a Jornada mostrou que é exatamente nos tempos de crises que as vozes da classe trabalhadora precisam ser erguidas. “A Jornada traz consigo um acúmulo de debates da Juventude desde os seus territórios. As ações se materializaram a partir das reflexões coletivas sobre o momento que estamos passando em nosso país”. E conclui com agitação “A juventude do MST não vai dar nenhum passo atrás, vamos defender direitos, defender a vida e o meio ambiente”.

*Editado por Fernanda Alcântara