Conheça algumas ações da Campanha de Plantio de Árvores do MST no Maranhão

Estado do Maranhão se insere à tarefa nacional do plantio de 100 milhões de árvores em 10 anos
Mudas do MST. Foto: Alzerina

Por Zé Luís Costa
Da Página do MST

Desde antes do lançamento do Plano Nacional “Plantar Árvores, Produzir Alimentos Saudáveis”, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra desempenha um papel importante em prol da natureza e do meio ambiente, que estão sendo desrespeitados por quem deveria assumir tal tarefa: o governo federal.

O MST no estado do Maranhão se insere à essa campanha e realiza um ato importante de reflorestamento de algumas áreas com o plantio de árvores. A tarefa é significativa, principalmente quando a Floresta Amazônica e as outras vegetações são destruídas e sem governo algum para inibir as ações criminosas nestas áreas, feitas por madeireiros ou garimpeiros, seus cúmplices. A ação de plantios serve para mostrar a responsabilidade na construção de uma nova sociedade. No Maranhão, a tarefa envolve assentados, acampados, jovens, mulheres e militantes de todos setores.

Regina Rodrigues da Costa, assentada do assentamento Cristina Alves, fala desta importante tarefa: “Ela surge em meio à crise do capital, sobretudo, com relação ao que vem acontecendo na Floresta Amazônica, queimadas e os desrespeitos à biodiversidade de um modo geral. Surge como uma estratégia do Movimento em uma proposta de combater a estratégia desse capital, que é apenas de destruição, para a obtenção de lucro”, aponta ela.

Regina Rodrigues da Costa, assentada e agrônoma. Foto: Aquivo pessoal

A assentada ainda garante que o assentamento onde vive está com o objetivo de plantar nove mil mudas de árvores frutíferas e não frutíferas até o próximo ano, todas nativas, ou seja, do bioma a qual pertencem. Em relação à todo estado do Maranhão, a meta é quatro milhões de árvores.

Essa é uma atividade que envolve vários segmentos do próprio MST em seus respectivos estados. No Maranhão, outro exemplo é o Assentamento Califórnia, na cidade de Açailândia, que no ano que vem fará 25 anos de muitas lutas e conquistas. Lá, a ação é puxada por um coletivo de jovens da comunidade que tem como tarefa principal a realização de um viveiro no próprio assentamento, em um espaço cedido por um grupo de mulheres.

O jovem Romário Pinho, de 26 anos, que é filho de assentado e cresceu no Assentamento Califórnia, conta como foi o envolvimento do Coletivo com a Campanha: “O assentamento Califórnia se insere no Plano Nacional de Plantio de Árvores a partir do Encontro Estadual do MST, que ocorreu aqui em dezembro passado. Aqui no assentamento já plantamos cerca de 200 árvores”.

Romário Pinho cresceu no Assentamento Califórnia. Foto: Arquivo pessoal

Ele afirmou que a expectativa de sua comunidade é de plantar árvores até o final do ano e que, para isso, já se encontra em implantação um viveiro em sua comunidade. “O viveiro vai possibilitar a recuperação daquilo que a gente perdeu durante os 24 anos do assentamento. Então, é importante para o Assentamento Califórnia resistir na luta contra os monocultivos, produzindo mudas e plantando. Isso vai servir para que a gente possa fortalecer a nossa militância e a nossa juventude, que são partes importantes da luta pela terra, pela vida e de esperança por um país melhor”, finaliza Romário.

É muito importante observar que o Assentamento Califórnia é na beira da Belém-Brasília (BR-010), entre Imperatriz e a cidade de Açailândia, em uma área cercada de plantio de eucaliptos por quase todos os lados, pertencente à empresa Suzano Papel e Celulose.

As atividades de plantio de árvores no Maranhão não ocorre apenas nas áreas onde está localizado o MST, mas em qualquer espaço onde se precisa de uma árvore, seja na cidade, nas praças, etc. A ação serve justamente para se contrapor à política de destruição da natureza. O acampamento Marielle Franco, na Cidade de Itinga, também está envolvido nesse desafio do plantio de árvores. Com pouco mais de dois anos e também com o fervor da juventude, trabalha na implantação de um viveiro para se produzir mudas. Sua juventude também está aguerrida nessa tarefa revolucionária.

*Editado por Luciana G. Console