Norte e Nordeste concentram produção de cacau no Brasil

Famílias assentadas são vanguarda na produção do cacau de qualidade e aguardam investimentos para expandir sua produção

Processo de secagem do cacau. (Foto: Acervo de cacaicultoras e cacaicultores do MST/Bahia)

Por Lays Furtado
Da Página do MST

Da bacia Amazônica, a produção do cacau foi aos poucos migrando para o Pará, até chegar à Bahia. Onde se consolidou há cerca de 300 anos pelas mãos das agricultoras e agricultores, hoje conhecidos como cacauicultoras e cacauicultores.

Esses agricultores e agricultoras inovaram suas tradições de cultivo ao longo de vários anos de experiência e resistência, lidando com as pragas e frutos dessa cultura tão rica, que faz do Brasil um dos maiores produtores de cacau do mundo. Onde a qualidade das amêndoas de cacau da Bahia se tornaram destaque por possuir propriedades únicas.

Acordo de cooperação

No dia 17 de novembro a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) assinaram acordo de cooperação técnica para instalação de uma Unidade Mista de Pesquisa e Inovação (Umipi), com sede no Centro de Pesquisas do Cacau (Cepec/Ceplac), em Ilhéus (BA).

A Umipi Cacau vai centralizar os estudos científicos nesta área, abrangendo também os estados do Pará e Rondônia.

Viveiro de mudas de cacau do assentamento Terra Vista. (Foto: Acervo MST/BA)

O acordo pode contribuir de modo considerável na produção de tecnologias aplicadas nas principais zonas caucaueiras brasileiras, como no Norte e Nordeste do país.

Segundo o diretor da Ceplac, Waldeck Araujo Júnior, em entrevista ao portal da Embrapa, o propósito é que o país amplie a produção da cultura. “Nosso objetivo é que o Brasil deixe de ser importador de cacau e amplie sua exportação de cacau fino, derivados e chocolate”.

Amêndoas do cacau cabruca. (Reprodução: Imagens do filme Cacau para Sempre, 2012)

Após anos resistindo com o cultivo do cacau cabruca, os cacauicultores e cacauicultoras assentados e assentados da Reforma Agrária, demonstram que possuem visão de vanguarda, o que infere positivamente no meio ambiente, na vida das pessoas e no próprio mercado do setor. Ao lutar pela Reforma Agrária Popular, por uma produção saudável, sustentável e digna aos trabalhadores e trabalhadoras e consumidoras e consumidores de cacau.

* Esta é a segunda reportagem sobre a cadeia produtiva do cacau, que faz parte da série especial de reportagens sobre as principais cadeias produtivas do Nordeste. Acompanhe!

**Editado por Solange Engelmann