Homenagem a Patrice Lumumba, líder do movimento de independência do Congo

Assassinado há 61 anos, conheça alguns fatos sobre o militante, fonte de debate e inspiração entre movimentos e pensadores da luta anti-colonialista africana

Imagem: Deutsche Welle (DW)

Por Fernanda Alcântara
Da Página do MST

“Exilados na nossa própria terra natal, a vida era muito pior que a própria morte (…). Nenhum congolês poderá esquecer que [a independência] foi conquistada na luta, uma luta de sangue, fogo e lágrimas”
Patrice Lumumba em 30 de junho de 1960

Patrice Lumumba foi um líder do movimento de independência do Congo e importante marco contra o colonialismo no continente africano. Nasceu 2 de julho de 1925, em Onalua, uma aldeia no Kasai Oriental, com o nome Elias Okitasombo. Aos 35 anos, se tornou o primeiro primeiro ministro do recém-independente Congo. Sete meses após ser deposto por um golpe de Estado, foi assassinado, em 17 de janeiro de 1961.

Conhecido como herói no continente africano, Lumumba fez do combate ao colonialismo um objetivo de vida. Fundador do Movimento Nacional Congolês (MNC), ele foi a principal liderança na luta contra a dominação colonial belga no Congo, tendo participação decisiva na libertação do seu país. Com sua base marxista, defendia que a vasta riqueza mineral do Congo beneficiasse o povo e não os interesses empresariais estrangeiros.

A visão de Lumumba passava não apenas pela experiência políticas, mas também pela base de toda a riqueza e variedade do pensamento marxista africano, influenciado pela onda mais ampla de nacionalismo africano que varria o continente. Em dezembro de 1958, por exemplo, participou da Conferência Anti-colonial do Povo Africano, que atraiu associações cívicas, sindicatos e outras organizações populares.

Lumumba trazia temas como o racismo na sociedade de classes, a mentalidade colonial e a opressão patriarcal no continente, além de questões de tática e organização política. Ao longo da sua vida, escreveu artigos, ensaios e discursos sobre a defesa das questões sociais, o destino do Congo e do continente africano por uma terra unida, democrática, etnicamente pluralista e pan-africanista.

Preso e torturado, o líder congolês da independência foi assassinado na noite de 17 de janeiro de 1961. O golpe, apoiado pelas autoridades belgas e norte-americanas, não diminui a importância da vida e obra de Lumumba, que até hoje inspira a anti-imperialistas da África e de outros lugares no mundo.

Patrice Lumumba: Presente!

*Editado por Maura Silva