Solidariedade

No Rio, Marmita Solidária volta na Jornada de Luta das Mulheres em março

Serão distribuídas 350 refeições com alimentos da Reforma Agrária no Armazém do Campo RJ

Marmitas Solidárias no Rio de Janeiro. Foto: Isabela Arezzo

Por Coletivo de Comunicação MST no RJ
Da Página do MST

A Marmita Solidária, ação que já distribuiu mais de 3.000 refeições agroecológicas durante o ano de 2020, retorna ao estado do Rio de Janeiro no próximo dia 10 de março, às 11h. A atividade, que acontece no Armazém do Campo RJ, está inserida na Jornada de Luta das Mulheres sob o lema “Mulheres na luta pela vida, fora governo Bolsonaro! Em defesa do SUS! Vacina para todes e auxílio emergencial já! Água é um direito, contra a privatização da CEDAE!” 

Para Ruth Rodrigues, coordenadora política do Armazém do Campo RJ, a pandemia de Covid-19 acentuou as desigualdades sociais. “Ainda mais no Rio de Janeiro, onde vemos cada vez mais pessoas sem condições dignas de garantir a sobrevivência.” 

“Essa ação também faz parte da Jornada do 8M, onde as mulheres sempre se colocam nas trincheiras em enfrentamento a essa organização cruel da sociedade. O Armazém do Campo se coloca à disposição para que seja um espaço potencializador da distribuição de alimentos saudáveis, da Reforma Agrária, para unir forças e derrotar essa política de morte que estamos enfrentando. Por isso, dizemos: Fora Bolsonaro e queremos a vacina já! Mulheres pela vida, semeando resistência contra a fome e as violências”, explica Ruth.

É nesse contexto que a Marmita Solidária também é um momento de denúncia contra a crescente situação de fome nos espaços de periferia.

O MST, em parceria com outras organizações sociais, retoma as campanhas de solidariedade e doação de quentinhas em solidariedade a essas pessoas e também como denúncia a crescente fome nos espaços de periferia.

Durante o ano passado, organizações, movimentos sociais e coletivos do campo popular se organizaram rapidamente para promover a solidariedade e dar conta do estado de calamidade. As ações se espalharam pela capital carioca, contrastando com a nefasta participação da prefeitura e dos governos estadual e federal no controle da pandemia.

Assim, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), junto a diversas entidades reunidas na Frente Brasil Popular e a Articulação de Agroecologia do Rio de Janeiro, promoveram diversas ações de solidariedade ao longo do ano, sendo uma delas a Marmita Solidária. A entrega das quentinhas se consolidou no estado e alguns municípios como Volta Redonda e Resende, chegando a processar várias toneladas de alimentos agroecológicos produzidos em assentamentos e acampamentos da Reforma Agrária Popular para a população mais vulnerável.

O surgimento da ação tem como foco levar comida de verdade agroecológica produzida nos assentamentos com a ajuda de voluntários chamados “Mãos Solidárias” para população em situação de rua no centro do Rio de Janeiro e posteriormente para outras localidades. Com a continuidade da pandemia e a falta de políticas públicas para proteger os trabalhadores informais, o foco da ação foi se abrindo para motoristas de aplicativo, entregadores, camelôs e diversos trabalhadores e trabalhadoras que tiveram que continuar se expondo ao vírus diariamente. 

Conheça as Mãos Solidárias

Na equipe de montagem das refeições estão diversos voluntários que trabalham para garantir a qualidade das marmitas. É o caso da professora Ana Paula, que participa como Mão Solidária em todas as edições da Marmita no Rio. 

“É um prazer muito grande trabalhar na Marmita, a sensação é de que estamos em família e o ambiente traz a segurança sanitária que precisamos nesse momento. Tudo é feito com muito carinho porque queremos levar o melhor para quem vai receber”, diz. 

Para a professora, a iniciativa se faz ainda mais necessária no contexto social precário que se encontra o Rio de Janeiro. “O selo Fora Bolsonaro estampado na Marmita vai com toda nossa força de luta. É um trabalho extremamente necessário no Rio de Janeiro, visto que a situação aqui é dramática. Muitas pessoas perderam suas casas e foram expulsas de ocupações durante a pandemia”, completa Ana Paula.

Além do MST, também constroem a Marmita Solidária no Rio de Janeiro o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Levante Popular da Juventude, Articulação de Agroecologia do Rio de Janeiro (AARJ), Movimento das Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos (MTD), Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe), Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES), União da Juventude Socialista (UJS), Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro, Sisejufe, UBM, Cedro, Cedac, PCdoB, Sindicato dos Trabalhadores do Comércio do Rio de Janeiro e a Frente Brasil Popular (FBP).

Quer somar com a iniciativa?

O custo de cada Marmita Solidária é R$ 8,35. É possível apoiar com qualquer quantia através da conta no Banco do Brasil (Ag: 3086-4 / C/c: 27970-6) da Escola Estadual de Formação e Capacitação à Reforma Agrária (ESESF). Ou usar a chave PIX 08.087.241/0001-21.