Mulheres Sem Terra reafirmam a defesa da vida em 17 estados e no Distrito Federal

Da Página do MST

Este ano, as ações de luta pela vida e contra as violências, protagonizadas pelas Mulheres Sem Terra também denunciaram a política de morte e retrocessos do governo Bolsonaro e exigiram a vacinação gratuita à toda população brasileira, além do Fora Bolsonaro.

No momento em que o Brasil já contabiliza mais de 265 mil mortos pela pandemia da Covid-19, sob o lema “Mulheres pela vida semeando resistência, contra a fome e as violências”, trabalhadoras Sem Terra realizam ações de protestos, solidariedade e cuidado com o próximo, em 17 estados e no Distrito Federal.

Ações unificadas das Mulheres Sem Terra com outros movimentos e organizações populares também cobraram a prorrogação do auxílio emergencial de R$ 600 às trabalhadoras e trabalhadores que tiveram a renda reduzida ou estão sem renda, para que tenham condições de permanecer em casa, em isolamento social até o fim da pandemia.

Foram realizadas ações de denúncias, como a ocupação de BR, renomeação de ruas com o nome de mulheres lutadoras, pinturas de ruas, colagem de cartazes (lambe-lambe), intervenções políticas, ações político-culturais, ciclos de formação e de conversas, confecção de faixas e camisetas. Bem como, a doação de sangue, doação de alimentos e de higiene, produtos de limpeza e a distribuição de marmitas.

Como parte do Plano Nacional “Plantar Árvores, Produzir Alimentos Saudáveis“, iniciado em 2019, também ocorreram plantios de mudas de árvores e a revitalização de bosques. As ações das Mulheres se somam ainda às atividades do Centenário de Paulo Freire, comemorado este ano.

As atividades se integram a mais de 80 organizações do campo popular, em todo país. Devido ao agravamento da pandemia, seguiram as normas sanitárias de uso de máscara, distanciamento social, álcool em gel, entre outros.

Confira as ações do 8 de março em cada estado:

São Paulo

Na capital e no interior de São Paulo, um grupo de mulheres realizou uma ação de denúncia, na manhã desta segunda-feira (8), nas duas sedes da empresa Camil.

Rio Grande do Sul

As mulheres Sem Terra de Santana do Livramento deixaram as placas das ruas mais igualitárias. Elas homenagearam companheiras lutadoras de Livramento e Riveira. Na região das Missões, as mulheres realizaram a doação de 300 kg de alimentos para o Lar Escola: Nossa Senhora Conquistadora, localizado em São Luiz Gonzaga. As assentadas também colocaram faixas para marcar a luta das mulheres nesse dia 8.

Já na região Metropolitana de Porto Alegre, em Eldorado do Sul, as mulheres Sem Terra doaram para 35 famílias da Comunidade Ilha Grande dos Marinheiros, cerca de 500 kg de produtos da Reforma Agrária. Dentre os alimentos doados estão o arroz orgânico do MST, alface, berinjela, couve, tempero verde, milho, pepino, rúcula, moranga, abóbora, pão, sabão caseiro, entre outros.

Em Nova Santa Rita, as mulheres doaram alimentos da Reforma Agrária para marcar esse 8 de março. Foram entregues 35 sacolas de alimentos com alface, espinafre, chicória, pimentão, berinjela, aipim, moranga, arroz, feijão, bolacha, açúcar, banana, alho poró, materiais de limpeza e outros, no bairro Porto da Figueira.

Em Viamão, as camponesas doaram alimentos da Reforma Agrária para 20 famílias, foram entregues feijão, massa, aipim, berinjela, óleo, café, bolacha, maracujá, arroz, farinha, manga, ovos, hortaliças, cebola, sal, entre outros.

Minas Gerais

Em Minas, mulheres ocuparam a BR 116 e exigiram a abertura do hospital regional em Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, com intervenção das mulheres Sem Terra no mercado municipal, em conjunto com as mulheres da Frente Brasil Popular.

Já na Zona da Mata mineira, as mulheres doaram alimentos para famílias em vulnerabilidade no município de Goianá. No Vale do Mucuri, uma ação político-cultural foi realizada pelo MST, em conjunto com entidades e movimentos que atuam em defesa dos direitos das mulheres na região.

Tocantins

As ruas da cidade amanheceram pintadas de luta neste 8 de março. A ação foi organizada pelas mulheres do MST, da Marcha Mundial das Mulheres (MMM) e do Coletivo de Mulheres do Partido dos Trabalhadores (PT/TO).

Pará

Na manhã de hoje (08), mulheres do acampamento Terra Cabana, no município de Benevides (PA), realizaram uma intervenção denunciando todas as formas de violência contra as mulheres.

Na manhã de hoje no acampamento Terra Cabana, no município de Benevides (PA), foi realizada uma intervenção denunciando todas as formas de violência contra as mulheres. Logo após a ação, houve um café coletivo e um banho de cheiro com ervas amazônicas, seguido de uma roda de conversa. No final da atividade foi realizado o plantio de mudas de árvores frutíferas, como parte da Plano Nacional de Plantio de Árvores do MST.

Paraná

No Paraná, as camponesas dos acampamentos Maria Rosa do Contestado, Padre Roque Zimmermann e Emiliano Zapata realizaram a entrega de 165 cestas de alimento agroecológicos aos profissionais da saúde do hospital Cruz Vermelha do município de Castro. Entre os itens estavam: macarrão caseiro, bolacha caseira, batata doce, couve picada, mandioca, milho verde, cebolinha, abóbora e chuchu. Todos produzidos pelas famílias Sem Terra.

Também foram doadas 90 cestas de alimentos para associação de catadores de materiais recicláveis da cidade de Francisco Beltrão, no sudoeste do Paraná.

A ação foi organizada em diálogo com a associação dos trabalhadores, e cumpriu todas as medidas de proteção contra o coronavírus. As doações foram organizadas pelos acampamentos Terra Livre e Mãe dos Pobres, de Clevelândia, e pelo assentamento Missões, de Francisco Beltrão. Também somara-se à ação o Coletivo Regional de Mulheres e o Fórum Regional das Organizações e Movimentos Sociais Populares do Campo e da Cidade do Sudoeste do Paraná.

Sergipe

Em Sergipe as mulheres Sem Terra participaram de uma ação de colagem de lambes que foi realizada na capital Aracaju.

Distrito Federal e Entorno

Neste 8 de março, as Mulheres Sem Terra do Distrito Federal e Entorno realizaram a doação de alimentos para a Unidade Terapêutica “Salve a Si”, localizada em São Sebastião. Ao todo, mais de 30 cestas de alimentos produzidos em territórios Sem Terra foram doadas para a instituição, que acolhe mulheres com dependência química.

Alagoas

Em Alagoas uma roda de conversa foi realizada pelas mulheres do acampamento Marielle Franco, em Atalaia. No assentamento Fidel Castro, em Joaquim Gomes, realizaram a confecção de faixas e camisas. Na brigada José Elenilson, em Delmiro, as camponesas se reuniram para discutir a violência em tempos de pandemia e o papel das mulheres no MST.

Paraíba

As Mulheres Sem Terra da Paraíba realizaram uma ação solidária de doação de sangue e plantio de bosque nos Hemocentros do Estado da Paraíba em Campina Grande, João Pessoa, Guarabira, Itaporanga e Patos.

“Doar sangue é salvar vidas!” Do Sertão ao Litoral as mulheres realizaram lutas a favor da vida, em defesa do SUS, vacina para todos, pela volta do Auxílio Emergencial e Fora Bolsonaro.

Bahia

Mulheres Sem Terra do acampamento Hugo Chaves, em Medeiros Neto, no Extremo Sul da Bahia, realizaram uma atividade que discutiu a necessidade e a urgência da vacinação para todas e todos os brasileiros, a manutenção do auxílio emergencial e o aumento dos preços dos alimentos e da pobreza no país. Além disso, as mulheres Sem Terra da brigada Joaquim Ribeiro fizeram uma grande doação de alimentos para o Lar do Idoso no município de Alcobaça.

Pernambuco

As ações no estado foram realizadas em parceria com a Frente Feminista do Agreste de Pernambuco que ocupou as ruas com faixas e lambes. Já na cidade de Caruaru foi realizada o  plantio de árvores em bosques de acampamentos e assentamentos da região, além de uma campanha de doação de sangue no município de Gravatá. No sertão de Itaparica, em Serra Talhada, foi realizada a doação de 100 marmitas.

Mato Grosso do Sul

Mulheres Sem Terra do Mato Grosso do Sul realizaram a distribuição de cestas agroecológicas em bairros da capital. Foram doadas cerca de 100 cestas contendo mandioca, abóbora, berinjela, alfaces, chicória e almeirão.

Santa Catarina

Na luta pela vida das mulheres e pelo sonho de uma sociedade sem opressões, neste 8 de março, as mulheres Sem Terra de Santa Catarina compartilharam o fruto de seu trabalho e do seu cuidado com a vida.

Rio Grande do Norte

As mulheres Sem Terra do assentamento Popular Maria Aparecida, localizado no município de São Miguel do Gostoso (RN), realizaram roda de conversa, com o resgate histórico do 8 de março e reforçando a importância das lutas pela garantia de direitos e em busca de igualdade. Também foram realizadas ações simbólicas, como o plantio de árvores frutíferas, entrega de máscaras e faixaços, denunciando a violência contra as mulheres, o governo genocida de Bolsonaro e exigindo vacinação já!

Rio de Janeiro

O dia de luta das mulheres começou com Amanhecer Pela Vida no Rio de Janeiro. As Mulheres Sem Terra do MST, com o Movimentos dos Pequenos Agricultores (MPA), Levante Popular da Juventude e o Movimento de Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos (MTD) ocuparam a Praça do Rio Comprido por Auxílio Emergencial, Fora Bolsonaro e Vacina Já.

Em Maricá, o MST participou da inauguração da Biblioteca Ana Primavesi, uma atividade da Cooperativa Cooperar. Na ocasião também foram doadas mudas agroecológicas. A Praça Agroecológica, no Centro da cidade, foi ornamentada por faixas e cartazes com a mensagem das mulheres: “Sem feminismo, não há agroecologia!”.

Rondônia

Nesta segunda-feira (8), como parte da Jornada Nacional de Lutas das Mulheres Sem Terra, as camponesas do MST, juntamente com as mulheres do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) de Rondônia realizaram ações de solidariedade, como a doação de alimentos na cidade de Jaru, doação de sangue, plantio de árvores em assentamento, ornamentação de canteiros em cidades, e participação em programas de rádios, dialogando sobre os tema da jornada.

As Mulheres do estado pautaram a defesa do SUS, do auxílio emergencial, e denunciaram a política do governo Bolsonaro e o aumento das violências.

Espírito Santo

No último sábado (06), movimentos sociais de São Mateus, norte do Espírito Santo, realizaram uma carreata pelo fim da violência contra as Mulheres, em defesa da vacinação já, do SUS, pela a retomada do auxílio emergencial e a saída de Jair Bolsonaro e Mourão.

A atividade foi organizada pela Via Campesina, o Coletivo auto-organizado de Mulheres de São Mateus-Belas, Comissão Quilombola do Sapê do Norte e Fórum de Mulheres do Espírito Santo (Fomes/AMB). E contou com a participação de mulheres do campo e da cidade.

Para as organizadoras, o 8 de março é uma data de luta internacional das mulheres, que marca “o dia em que gritamos ao mundo a necessidade de enfrentarmos as estruturas que nos oprimem, exploram e matam”, denunciam.

*Editado por Wesley Lima